Glaucia Bezerra | glaucia@dc7comunica.com.br
O primeiro semestre de 2024 trouxe desafios significativos para a pecuária brasileira, afetando tanto o setor de zebuínos quanto o mercado de boi gordo. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, sublinha que, apesar da instabilidade, o setor permanece resiliente e focado em superar os obstáculos. “O Brasil mantém sua liderança global no setor de carne bovina, com 80% do rebanho nacional composto por raças zebuínas, reconhecidas mundialmente por suas características produtivas”, comenta.
Com o segundo maior rebanho comercial do mundo, atrás apenas da Índia, o Brasil registrou um crescimento significativo de 30,06% nos negócios durante os leilões da ABCZ em 2024, refletindo um otimismo renovado no mercado. Além disso, o relatório Index Asbia 2023 destacou que 62,5% das doses comercializadas na pecuária de corte foram de raças zebuínas, evidenciando sua importância para o melhoramento genético. Gabriel ressalta: “Este crescimento impulsionou a expectativa para o setor, incentivando os produtores a focarem não apenas na produtividade, mas também na sustentabilidade e na exploração de novos mercados”.
A diminuição da oferta de animais a pasto para abate tem impactado significativamente os preços do boi gordo no mercado. Com a menor disponibilidade de pastagem nesta época do ano, marcada pelo final da safra, ausência de chuva e dias mais curtos, a engorda dos bovinos é prejudicada. O pesquisador da Equipe de Pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, Thiago Bernardino de Carvalho, explica: “Essa falta de pasto leva a ajustes nas cotações do boi gordo”.
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