A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), realizada de 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão, trouxe avanços e desafios nas discussões sobre o clima global. Representando o setor de pesca e aquicultura, Altermir Gregolin, ex-ministro da Pesca e presidente do IFC Amazônia, destacou o papel estratégico do Brasil, tanto pela sua biodiversidade quanto pelas condições para produção sustentável de proteínas de origem animal.
Entre os principais avanços da COP 29, Gregolin destacou a regulação do mercado global de carbono, com potencial de gerar até US$ 200 bilhões para o Brasil. No entanto, os aportes financeiros para ações climáticas ficaram abaixo do esperado: enquanto países em desenvolvimento pediam US$ 1 trilhão anuais, o acordo alcançado foi de apenas US$ 300 bilhões. Esses temas devem ser aprofundados na COP 30, programada para novembro de 2025, em Belém (PA), cuja realização foi lançada oficialmente durante o evento.
A pesca e a aquicultura foram enfatizadas como setores estratégicos frente às mudanças climáticas. Gregolin ressaltou que o pescado é uma alternativa sustentável de proteína animal, com emissões de gases de efeito estufa significativamente menores que a produção bovina. “O peixe é produzido sem derrubar a floresta e com baixa emissão de carbono, aproveitando a maior reserva de água doce do mundo”, afirmou. Além disso, ele apontou o potencial do Brasil em expandir a produção de pescados, especialmente na Amazônia, destacando espécies como tambaqui e pirarucu, e a importância de superar desafios como licenciamento ambiental e carga tributária.
Com o consumo global de pescados projetado para crescer em 50 milhões de toneladas até 2050, Gregolin acredita que o Brasil está estrategicamente posicionado para atender essa demanda, mas reforça a necessidade de investimentos em tecnologia, assistência técnica e políticas públicas mais favoráveis. A COP 30, em Belém, será uma oportunidade para o Brasil se consolidar como referência mundial em biodiversidade, sustentabilidade e produção sustentável de alimentos.
Fonte: IFC Amazônia, adaptado pela equipe FeedFood.
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