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Amazônia está em risco com grande queda na piscicultura

Estudo prevê crescimento de apenas 4,6% até 2034
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Um estudo alerta para o iminente colapso do cultivo de peixes na Amazônia, causado por degradação ambiental, mudanças climáticas e poluição.

O cultivo de peixes nativos na região não tem recebido a merecida atenção dos governos federal e estaduais, considerando seu potencial econômico e baixo impacto ambiental. É isso que mostra o novo estudo do Instituto Escolhas, “Solução debaixo d’água: o potencial esquecido da piscicultura amazônica”.

O atual panorama da piscicultura de espécies nativas nos nove estados da Amazônia Legal identificou 76.942 hectares de lâmina d’água naquela região e 61.334 empreendimentos de piscicultura – um número 39% maior do que mostra o Censo Agropecuário.

“A ausência de dados robustos e atualizados do setor, que envolvam mais do que o volume de produção, foi um dos grandes desafios da pesquisa e já é um sinal, por si só, dá pouca atenção recebida pela piscicultura por parte do poder público”, pontuou Sergio Leitão, diretor Executivo do Instituto Escolhas.

De acordo com o mapeamento geoespacial, o cultivo de peixes nativos da Amazônia é economicamente viável, usando até 10 vezes menos espaço que a pecuária e podendo gerar renda significativa, principalmente para pequenos produtores. No entanto, para manter a relevância e competir a nível nacional, a atividade precisa expandir para novos mercados.

“Um avanço consistente no mercado nacional depende da resolução de dois gargalos: solucionar os problemas responsáveis pela baixa produtividade, como a falta de acesso à assistência técnica adequada, e aumentar a produção, que oscila entre 160 mil e 175 mil toneladas anuais desde 2015. Para efeito de comparação, somente o estado do Paraná, maior produtor de peixes do país, produziu 150 mil toneladas em 2022”, frisou Sergio.

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O estudo nomeado “Solução debaixo d’água: o potencial esquecido da piscicultura amazônica” foi realizado pelo Instituto Escolhas (Foto: reprodução)

Ainda segundo a pesquisa, os empreendimentos de piscicultura na Amazônia têm, em média, 19% de área inativa, aumentando para 20% nas pequenas propriedades. Isso ocorre porque, devido à baixa produção e produtividade, o custo de manter os tanques ativos não justifica o investimento.

Os estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima apresentam baixa produtividade na piscicultura (2,5-4,9 toneladas de peixe por hectare por ano). Eles podem aumentar a produção sem expandir a área, reativando áreas inativas e melhorando a produtividade com assistência técnica e uso de ração e alevinos de qualidade.

O acesso ao crédito é um desafio para a piscicultura na Amazônia Legal, pois exige a regularização dos empreendimentos. Em 2022, foram concedidos pouco mais de R$ 189 milhões para a piscicultura na região, representando 28,4% do total nacional, mas os investimentos dos estados da Amazônia Legal foram apenas R$ 5,3 milhões, ou 10,5% do total nacional.

Além da falta de dados e da baixa produtividade devido à falta de assistência técnica e infraestrutura, a piscicultura amazônica enfrenta problemas como o desinteresse dos governos e um marco regulatório desatualizado. O estudo prevê que, com as tendências atuais, o setor crescerá apenas 4,6% nos próximos dez anos, passando de 175 mil toneladas para 183 mil toneladas.

“Temos milhares de pequenos piscicultores na Amazônia que se mantêm atuantes apesar da falta de acesso à assistência técnica e infraestrutura e da ausência de visão dos governos locais sobre o potencial dessa cadeia produtiva e sua importância no contexto regional”, avaliou o diretor Executivo ao concluir.

Fonte: Instituto Escolhas, adaptado pela equipe FeedFood.

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