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Setor de leite busca apoio e restrições para as importações

Negociação da Fetag-RS com o governo federal inclui a criação de subsídios aos produtores de R$ 1,3 bilhão ao ano
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A nova regra tributária criada pelo governo federal, baixada por decreto em setembro de 2023, apesar de ser uma das demandas do setor leiteiro, não é considerada suficiente para reverter a crise que atinge os produtores nacionais. Assim, agora esperam que o governo barre os importados e subsidie a produção nacional para fazer frente aos preços, considerados baixos.

Para Marcos Tang, da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), “o mercado está muito estagnado nesta mesma discussão em torno das ações do governo, pois elas foram muito faladas, mas não foram colocadas em prática, uma vez que tudo vai ser só daqui a 90 dias e não tem nos ajudado, por enquanto”.

“Isto é esperado pelos produtores e, apesar de não resolver o problema, poderá minimizar um pouco as perdas”, relata Tang, sobre os produtores de leite ainda esperarem que os preços no campo parem de cair e reajam, mesmo que pouco.

A perspectiva é baseada em um estudo sobre a tendência de mercado nacional realizado pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes, de Minas Gerais. A pesquisa mostra que há a possibilidade de uma redução adicional de 0,2% nos preços, após a qual se espera que a sequência de quedas, que já alcançou cinco meses consecutivos, seja interrompida.

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Produtores esperam que o governo barre os importados e subsidie a produção nacional para fazer frente aos preços baixos (FOTO: REPRODUÇÃO)

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), explica que o caminho para recuperar a rentabilidade passa necessariamente por sanções que limitem a entrada do leite em pó importado, mas também subsídio financeiro para os produtores brasileiros, a exemplo do que fez a Argentina durante um período de seis meses.

A nova regra limita os benefícios fiscais aos laticínios que adquirirem leite de produtores brasileiros, deixando de fora os que se limitam a importar. O prevê o aproveitamento de até 50% do crédito presumido dos impostos federais PIS e Cofins concedidos no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura.

Pelos cálculos da federação, somente 30% do leite em pó importado provém de laticínios que captam em propriedades leiteiras instaladas no Brasil. A cooperativa uruguaia Conaprole, por exemplo, não entra nesse percentual, já que se limita a adquirir de produtores uruguaios associados. O mesmo ocorre no caso da argentina La Sereníssima.

“Não fazia sentido manter esse benefício para as indústrias que estavam importando leite, já que elas estão gerando todo esse desequilíbrio. Agora, é uma medida que não resolve o problema”, relata o vice-presidente da Fetag-RS e coordenador da Câmara Setorial do Leite do Rio Grande do Sul, Eugênio Zanetti, e conclui destacando que “teria de ser encontrada uma maneira de proibir as indústrias de revenderem o leite importado, que elas tivessem algum tipo de sanção, é isso que cobramos do governo federal”.

Fonte: Globo Rural, adaptado pela equipe FeedFood.

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