Segundo a Organização Mundial da Saúde estima-se que 600 milhões de pessoas são acometidas por doenças transmitidas por alimentos (DTA´s), o que corresponde 1 a cada 10 pessoas no mundo, levando a 420 mil mortes a cada ano, sendo que 30% dos casos de mortalidade estão associadas a crianças abaixo de 5 anos de idade (WHO, 2022).
Os impactos das contaminações em alimentos, econômicos e na saúde pública, devido às restrições comerciais e segurança do alimento, são frequentemente subestimados devido aos casos não notificados e a dificuldade de se estabelecer uma relação causal entre a doença e o alimento contaminado.
Dentre as DTA´s que podem acometer os humanos podemos destacar a Salmonelose, em que a principal via de contaminação se dá através do consumo de alimentos contaminados, sendo que os alimentos de origem animal, incluindo carnes de aves e ovos, são os mais comumente contaminados.
Para se evitar que as carnes cheguem contaminadas aos consumidores, deve-se adotar as Boas Práticas em toda cadeia de produção. A implementação e uma eficiente gestão das Boas Práticas dentro do processo nas fábricas de rações é fundamental, uma vez que uma única batelada de ração contaminada tem potencial multiplicador de infectar muitos animais, podendo abranger diferentes propriedades.
A relação entre o consumo de rações contaminadas e a Salmonelose em animais e humanos foi estabelecida por diferentes autores, contudo, muitos questionam essa relação, afirmando que os sorotipos isolados em rações não são os mesmos daqueles comumente associados à doença. De acordo com Jones (2011) as diferenças de sorotipos muitas vezes isolados em rações, animais e humanos deve-se a dois fatores.
O primeiro fator se refere ao método de isolamento o qual não oferece chances iguais de isolamento para os diferentes sorotipos, sendo que certos sorotipos de Salmonella são mais competitivos que outros.
Já o segundo se refere a passagem da ração pelo trato gastrintestinal do animal possui efeito no mix de Salmonella ingerida. Quando a Salmonella é ingerida pelo animal, os sorotipos adaptados tendem a multiplicar-se dentro do hospedeiro, causando a doença ou o estado de portador, enquanto os sorotipos menos adaptados são mantidos ou diminuem em número.
No Brasil, os estabelecimentos fabricantes de alimentos para animais devem seguir os requisitos de Boas Práticas de Fabricação (BPF), estabelecidos pela Instrução Normativa 04 (BRASIL, 2007). A implementação e a manutenção dos procedimentos abordados na Normativa são fundamentais para a produção de uma ração de qualidade e segura para o consumo dos animais.
Dentre os procedimentos, podemos destacar a qualificação dos fornecedores e controle de matérias-primas e embalagens, limpeza e higienização das instalações, higiene e saúde do pessoal e o controle de pragas.
A norma aborda também a necessidade de se garantir que todos os funcionários recebam treinamentos no momento da sua integração e continuamente, através do estabelecimento de um plano de treinamento, visando manter a cultura das boas práticas.
É importante que a alta gestão se comprometa e se envolva efetivamente e forneça todas as condições necessárias para a manutenção dos programas de qualidade. As paradas de produção para a realização da higienização dos equipamentos não devem ser negligenciadas.
Exemplos de métodos de limpeza a seco incluem raspar, escovar, varrer, aspirar e a limpeza por arraste ou flushing. Utensílios para limpeza de superfícies que entram em contato com ingredientes e rações precisam ser identificados e separados dos demais. Pode-se utilizar etiquetas, codificação por cores, entre outros métodos.
É necessário ter cautela quanto ao uso de ar comprimido para limpeza de áreas e equipamentos, pelo fato de que o ar pode estar contaminado e também pela movimentação de resíduo de uma parte para outra que este método causa, ao invés da sua remoção.
De modo geral, os equipamentos de fábrica de ração não são adequados para limpezas e sanitizações frequentes devido à dificuldade de acesso completo a superfície interna e a presença de cantos e fendas, acumulando pó e resíduos, o que dificulta os procedimentos de higienização, se fazendo necessário o emprego da limpeza mecânica associada a aplicação de produtos à base de ácidos orgânicos para redução da contaminação. O método de aplicação, frequência e o monitoramento são fundamentais para se atingir resultados satisfatórios.
Perante o exposto, a ADM possui produtos e soluções exclusivas que irão auxiliar no controle da Salmonella na sua fábrica, bem como uma equipe técnica especializada para que você tenha os melhores resultados na produção de uma ração segura.
Referências
BRASIL. Instrução Normativa n° 4, de 23 de fevereiro de 2007. Aprova o regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e o roteiro de inspeção. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/insumos-agropecuarios/alimentacao-animal/legislacao-alimentacao-animal. Acesso em: 23 de jan. 2023.
JONES, F. T. A review of practical Salmonella control measures in animal feed. Journal of Applied Poultry Research, v. 20, n. 1, p. 102-113, 2011.
WHO. World Health Organization. Food Safety. 2022. Disponível em: https://www.who.in. Acesso em: 12 set. 2022.
Fonte: ADM.
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