Gabriela Couto, da redação
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Avicultura é a criação e produção de aves, com o propósito de obter carnes e ovos para consumo e comercialização. A atividade é uma das mais importantes economicamente para o Brasil, e neste domingo (28), é celebrado o Dia da Avicultura, data que foi criada para celebrar e homenagear a prática.
Os avicultores, que são os responsáveis por fazer essa atividade acontecer, tiveram um aumento significativo em seu poder de compra neste mês. De acordo com a Analista de Mercado de Aves do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ESALQ – USP, Juliana Ferraz, isso aconteceu porque os preços do frango vivo avançaram mais do que os valores dos principais insumos consumidos na avicultura de corte, como o milho e farelo de soja, onde o cenário é de menor valorização, no caso do milho, ou até mesmo de queda, como o farelo de soja.
“A menor oferta de frango vivo, em especial no início do mês, contribuiu para a elevação dos preços do animal. No caso do milho, apesar do avanço da colheita os preços foram sustentados pela valorização do cereal nos portos e pelo intenso ritmo das exportações em agosto. Quanto ao farelo de soja, os preços recuaram no mercado doméstico devido à diminuição nas transações internacionais de soja, que resultou em maior volume de estoque, e, além disso, as recentes chuvas no Hemisfério Norte beneficiaram as lavouras em desenvolvimento”, explica a analista.
E, apesar de 2022 ter sido marcado por alguns momentos de baixa na relação de troca, na parcial do mês de agosto e no acumulado do ano, segundo Juliana, o cenário tende a continuar favorável ao avicultor se o ritmo de exportações e o volume de vendas internas da carne, registrados ao longo do primeiro semestre, persistirem. “No entanto, o movimento favorável ao avicultor irá depender também dos desdobramentos no cenário global. Questões de ordem geopolítica, como é o caso da guerra entre Rússia e Ucrânia, somada a fatores climáticos, como a intensa seca no hemisfério Norte, podem afetar a oferta e o custo desses insumos, impactando negativamente a atividade”, destaca.
Para não voltar a sofrer com as possíveis baixas, Juliana orienta que os avicultores mantenham um bom planejamento e acompanhem as diárias de mercado. “São muitas variáveis que afetam o comportamento de preços dos animais e dos insumos, por isso, é preciso ficar atento às movimentações de mercado que mais impactam a avicultura e ter um olhar macro do setor para poder fazer uma boa gestão de custo e de venda dos produtos. A sustentação dos preços está diretamente ligada ao ajuste entre oferta e demanda, porém, como estamos falando de mercados de commodities altamente voláteis, e que, muitas vezes, também são influenciados por fatores exógenos à atividade, é importante ter esse olhar mais macro”, orienta a profissional.
Segundo Juliana, o momento atual do mercado é de pressão sobre as cotações dos produtos de origem avícola, devido ao recuo nas exportações no mês de julho, que resultou em uma maior oferta de carne no mercado doméstico em agosto, somado as recentes quedas nos preços da carne bovina, e menor poder de compra da população brasileira, algo típico para a segunda quinzena do mês.
A avicultura de corte é um dos setores mais fortes da economia brasileira, pois exerce um papel fundamental tanto do ponto de vista econômico quanto social. O Brasil é o maior player no mercado de exportação da carne e o terceiro maior produtor do mundo. O setor contribui para a garantia de segurança alimentar no País e no mundo, além de gerar muitos empregos e renda.
Entre as principais proteínas animais consumidas no Brasil, a carne de frango é a mais em conta e a mais consumida.
Um feliz Dia da Avicultura para todos que contribuem com esse setor e fazem a diferença no dia a dia e no prato dos brasileiros.
