O baixo consumo de peixes pelo brasileiro é pauta recorrente entre os produtores nacionais. Entre os mais engajados do setor, está o presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), Ariovaldo Zanni. Profissional é coordenador do IV Workshop sobre Nutrição em Aquacultura, que ocorrerá em maio, em Campinas (SP) e on-line.
De acordo com Zanni, “apesar de solução nutricional absolutamente saudável, o brasileiro ainda consome pouco peixe, cerca de 4kg/pessoa, uma vez que a FAO recomenda a ingestão de 12kg/ano”. “Outrossim, os crescentes investimentos em genética, a intensa integração ou verticalização da cadeia produtiva (principalmente tilapicultura), e a escalada na produção devem reduzir os preços ao consumidor e assim incrementar o consumo”, destaca.
Neste cenário, o programa do IV Workshop sobre Nutrição em Aquacultura está concentrado na apresentação e discussão dos mais recentes progressos científicos voltadas à nutrição de organismos aquáticos.
Para o presidente, entre os assuntos que mais preocupam o setor de aqua no Brasil está a pesada burocracia que acaba por atrasar as avaliações do impacto ambiental e em consequência a emissão da licença de funcionamento, além do incremento do custo da alimentação por conta dos preços proibitivos dos grãos e demais insumos importados e cotados em dólar.
Além disso, ele afirma que o câmbio desvalorizado atrapalha bastante porque a cadeia produtiva é muito dependente do suprimento externo de vitaminas, aminoácidos, enzimas, etc. e o estratosférico custo do frete.
Mas apesar das dificuldades, “a observação atenta ao desempenho da aquacultura brasileira permite reconhecer o sucesso alcançado por essa atividade industrial que, em 2021, produziu mais de 800 mil toneladas de peixes e superou 100 mil toneladas de camarões, segundo estatísticas da Peixes/BR e da Associação Brasileira de Criadores de Camarões/ABCC, respectivamente”.
“Na retaguarda, toda uma cadeia de suprimentos contribui decisivamente com o fornecimento de alevinos, juvenis, medicamentos, rações, dentre outros insumos empregados na atividade produtiva”, pontua.
Segundo Zanni, a piscicultura continua sendo considerada bastante promissora e a consolidação tem sido impulsionada pelo sistema de produção verticalizado ou integrado que fomenta e respalda os cooperados desde a disponibilização dos grãos até a comercialização do produto.
Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.
LEIA TAMBÉM:
Tereza Cristina vai ao Canadá em busca de novas oportunidades