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Proteínas e grãos enfrentam momento de baixa  

Preço médio da carne bovina em SP é o menor desde setembro/19 
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Preço médio da carne bovina em SP é o menor desde setembro/19 

O valor médio da carcaça casada bovina (junção do traseiro, dianteiro e ponta de agulha) negociada no atacado da Grande São Paulo fechou a R$ 16,37/kg na média parcial de agosto (até o dia 25), 8,6% inferior ao de janeiro/23 e expressivos 11,8% abaixo do de agosto/22, em termos reais, de acordo com levantamento do Cepea. Trata-se, também, da menor média mensal desde setembro/19, quando a carcaça casada foi negociada a R$ 15,93/kg. Segundo pesquisadores do Cepea, o traseiro – que concentra os cortes de maior valor agregado – é o que vem pressionando as cotações da carcaça casada ao longo de 2023. Desde o início deste ano, o valor médio do traseiro já recuou 13%, em termos reais. Já o dianteiro bovino, que representa os cortes de menor valor agregado, também se desvalorizou, mas de forma menos intensa, apenas 1,8%. Segundo pesquisadores do Cepea, o consumo brasileiro de carne bovina, muito atrelado à renda, está fragilizado desde o início de 2022, devido principalmente à alta da inflação. Em 2023, a demanda enfraquecida pela proteína se somou ao crescimento da oferta de animais disponíveis para abate. 

Após subirem na 1ª quinzena, cotações do suíno caem no fim de agosto e pressionam médias mensais 

Os preços do suíno vivo e da carne subiram na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea na primeira quinzena de agosto. Segundo pesquisadores do Centro de Pesquisas, esse movimento esteve atrelado ao ligeiro aquecimento da demanda. Além do início de mês, período marcado pelo tradicional aumento da procura por itens cárneos, o Dia dos Pais também contribuiu para impulsionar as vendas e, consequentemente, os preços da proteína. No entanto, com o início da segunda metade do mês, as cotações do suíno vivo e da carne voltaram a recuar em praticamente todas as regiões acompanhadas. Segundo colaboradores do Cepea, além da menor procura, típica em segunda quinzena, o movimento de baixa também foi influenciado pela perda de competitividade da proteína em relação à bovina, que se desvalorizou com força em agosto. Assim, as médias mensais do suíno vivo (negociado na região SP-5) e das carcaças comum e especial (comercializadas no atacado da Grande São Paulo) caíram em agosto frente às registradas em julho. 

Alta no valor do frango vivo eleva poder de compra do avicultor paulista 

Após cair em julho, o poder de compra do avicultor paulista frente aos principais insumos de alimentação consumidos na atividade (milho e farelo de soja) voltou a subir em agosto. De acordo com colaboradores do Cepea, o aumento no poder de compra do produtor esteve atrelado, principalmente, à valorização do frango vivo, o que, por sua vez, refletiu a estratégia da indústria de reduzir o alojamento de aves – diminuindo assim a oferta de animais no campo – e a eliminação do excesso de carne no mercado brasileiro.  Na média parcial de agosto (até o dia 25), o quilo do animal negociado no estado de São Paulo teve média de R$ 4,85, alta de expressivos 9,2% frente ao mês anterior. Além do aumento no preço do vivo, as cotações do milho caíram, enquanto as do farelo subiram com menos força que as do frango vivo, movimentos que ajudaram a elevar o poder de compra do avicultor frente a esses insumos. 

Firme demanda externa por farelo de soja eleva preços em agosto 

Os preços do farelo de soja continuaram em alta no mercado brasileiro em agosto, devido à firme demanda externa e às expectativas de que a procura global possa crescer ainda mais neste segundo semestre de 2023, diante da menor disponibilidade do coproduto da Argentina. Assim, o Brasil pode liderar o abastecimento mundial de farelo de soja nesta temporada 2022/23. De acordo com a Secex, o País escoou 12,96 milhões de toneladas de farelo de soja entre janeiro e julho deste ano, 6% a mais que o embarcado nos primeiros sete meses de 2022 e um recorde para o período, com os principais destinos sendo Tailândia, Indonésia e Alemanha. Consumidores domésticos, por sua vez, estiveram cautelosos nas aquisições envolvendo grandes volumes em agosto. Atentos à firme demanda por óleo de soja, esses agentes esperam aumento no esmagamento e, com isso, maior disponibilidade de farelo. Além disso, compradores estão cientes da oferta abundante de soja em grão no Brasil, cenário que limitou as altas domésticas nos preços do derivado. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o preço do farelo de soja subiu 1,3% entre julho e a parcial de agosto (até o dia 25). Na região de Campinas (SP), o preço médio de agosto fechou a R$ 2.249,35/tonelada, e na Mogiana (SP), a R$ 2.219,58/t, ambos os maiores desde abril, em termos reais (IGP-DI de jul/23).  

Média do Indicador do milho na parcial de agosto é a menor do ano 

Os preços do milho caíram novamente no mercado brasileiro em agosto. A média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP) na parcial do mês (até o dia 25), de R$ 53,30/saca de 60 quilos, é a menor de 2023, com baixas consecutivas em todos os meses deste ano – frente à média de julho, de R$ 54,98/sc, o recuo é de 3%. As desvalorizações do cereal estão atreladas ao avanço da colheita da segunda safra e a novas estimativas oficiais indicando produção recorde no País. Em meados de agosto, a Conab reajustou positivamente a estimativa de produção para o milho segunda safra, para 100,18 milhões de toneladas – um novo recorde. Com isso, a produção nacional de milho da safra 2022/23 está estimada em 129,96 milhões de toneladas, também recorde. Esse cenário manteve compradores afastados do mercado spot nacional em agosto. No campo, a colheita está praticamente finalizada em Mato Grosso, no Tocantins e no Maranhão. Em termos nacionais, as atividades já alcançaram 78,8% da área, de acordo com dados da Conab. Em algumas praças, produtores também já iniciaram a semeadura da temporada 2023/24. 

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