A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez uma estimativa de produção do que seria o maior nível da série histórica na produção de aves, suínos e bovinos. De acordo com a análise, o montante produzido dos três principais tipos de carnes no Brasil está estimado em aproximadamente 29,6 milhões de toneladas.
O número consta no quadro de suprimento do produto, divulgado na última sexta-feira (28), na edição de julho do AgroConab. A Conab também prevê recorde para as exportações, ultrapassando os 9 milhões de toneladas. Mesmo com a alta nos embarques, a disponibilidade de carnes no mercado doméstico deve ser elevada em 2,4%, prevista em 20,44 milhões de toneladas, a segunda maior da série.
“O aumento na quantidade de carnes produzidas no país é um dos fatores que sustenta a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”, destaca o presidente da companhia, Edegar Pretto.
Carne suína
A suinocultura é quem puxa esse recorde, de acordo com a Conab. Em 2023, a expectativa é que a produção chegue a 5,32 milhões de toneladas, alta de 2,7% se comparado com o ano passado – o volume é o maior registrado no País.
A maior quantidade de carne produzida possibilita uma alta nas exportações na ordem de 10,1%, estimada em 1,22 milhões de toneladas, sem impactar a disponibilidade interna, que tende a apresentar um leve incremento de 0,6%, atingindo 4,12 milhões de toneladas.
“As vendas externas têm crescido, ao mesmo tempo em que há uma redução na dependência do mercado chinês, o que demonstra que o Brasil tem conquistado novos mercados. Se em 2020 mais de 50% da carne suína exportada teve a China como destino, neste ano, considerando o primeiro semestre, esse percentual caiu para 37%”, ressalta o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura têm aumentado o percentual de participação entre os principais compradores da carne suína brasileira. “As aberturas dos mercados do México e do Canadá para a carne suína brasileira permitem novas oportunidades para os exportadores brasileiros”, reforça.
Carne bovina
A produção de bovinos representa cerca de 9 milhões de toneladas. O aumento já era esperado devido ao ciclo pecuário, quando há maior abate de fêmeas e uma consequente elevação na oferta de carne no mercado.
As exportações estão projetadas em 2,91 milhões de toneladas, uma redução de 3,3% se comparado com o registrado no ano passado, impactado pelos embarques mais lentos no início de 2023. Já a disponibilidade do produto no mercado doméstico apresenta um incremento de 8,6%, chegando a 6,23 milhões de toneladas.
Carne de aves
Para aves a estimativa é de uma produção de 15,21 milhões de toneladas, a segunda maior da série. A boa produção e os registros de gripe aviária em países da Europa, Japão e Estados Unidos, por exemplo, aumentam a procura pela carne brasileira. “Foram detectados casos de influenza aviária no Brasil, mas apenas em aves silvestres e não em aves comerciais”, pondera Rabello.
Diante desse cenário, as exportações devem crescer em torno de 10,2%, atingindo um volume de 5,12 milhões de toneladas, um novo recorde. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apenas nos 15 primeiros dias úteis de julho foi registrado um aumento de 10% nas vendas ao mercado externo.
Ovos
Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é que a produção para 2023 deve atingir um novo recorde e chegar a 40 bilhões de unidades de ovos para consumo.
A produção é recorde, considerando a expectativa do ano, mas é um volume bem próximo ao registrado em 2022. “O alto custo de produção nos últimos anos fez muitos avicultores descartarem as matrizes de postura. Isso permite que em alguns momentos, o aumento na oferta ocorra em uma velocidade diferente do incremento na demanda possibilitando maiores oscilações de preços”, conta o gerente da Conab.
Ele ainda complementa dizendo que, além disso, por se tratar de uma atividade de ciclo longo, as distorções entre oferta e demanda levam certo tempo para equalização. No mercado externo, principalmente nos Estados Unidos, a influenza aviária está entre os principais motivos para a elevação das cotações.
Fonte: Conab, adaptado pela equipe FeedFood.
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