Valeria Campos, de Chapecó (SC)
Acendendo um alerta vermelho no mundo, a Influenza Aviária (IA) tem preocupado os países produtores, especialmente o Brasil. E para tanto, líderes da avicultura global vêm se reunindo para desenhar o melhor plano estratégico.
Em solo nacional não está sendo diferente. E durante apresentação no Brasil Sul de Avicultura (SBSA), Anderlise Borsoi, auditora Fiscal Federal Agropecuária do MAPA, trouxe algumas atualizações sobre as principais medidas traçadas pela pasta.
“Dentre os componentes do plano de vigilância, os dois primeiros tratam de vigilância passiva. Mas o que isso significa? É quando o ministério é notificado de uma suspeita de Influenza, e a partir desse aviso o serviço veterinário oficial inicia um trabalho de investigação”, explica Anderlise.
Outro componente do plano é a vigilância ativa, que é a busca do vírus ativamente. “Então temos a vigilância ativa em agricultura industrial, em aves de subsistência – onde existe o maior risco – e nos compartimentos”.
A partir de uma mudança de entendimento sobre a doença, os profissionais envolvidos nesta temática trabalharam o plano de vigilância como rota de ave migratória. “Chegam diversas perguntas da mídia, e recebi uma com a seguinte dúvida: ‘qual é o Estado com maior probabilidade de entrar Influenza Aviária?’. Bom, é qualquer um. Tem rota de ave migratória em qualquer Estado”.
Diante desse cenário, a conscientização é o melhor caminho para um entendimento maior sobre o tema. “E, portanto, para essa notificação em aves, estamos com uma campanha para levar mais conhecimento sobre o assunto”, diz Anderlise.
Casos de mortalidade súbita elevada de aves e sinais clínicos nervosos, por exemplo, são alertas da campanha – acontecimentos que precisam ser notificados com urgência: “Muitos países estão questionando o ministério ‘como é que vocês estão escondendo a Influenza?’. Influenza não se esconde, ela mata, não tem condições de ninguém omitir isso”.
Desta forma, continua Anderlise, ao menor sinal de alguma irregularidade nas produções, qualquer cidadão pode notificar o problema tanto na parte de subsistência quanto na parte comercial: “É possível fazer essa notificação no site do MAPA. Nele, há uma lista de unidades veterinárias do Brasil todo”.
Importante salientar também que esse não é só um trabalho realizado pelo ministério; é preciso também do engajamento das empresas. “A saúde humana e animal é responsabilidade de todos nós. Não é só o MAPA que precisa ter um plano de contingência. As empresas precisam estar preparadas”, reforça Anderlise.
Será, portanto, a partir desse trabalho conjunto que o Brasil blindará ainda mais os plantéis, pois como bem destacou a auditora Fiscal Federal Agropecuária, as medidas de contingência somente serão eficientes se houver detecção precoce.
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