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Transformações exigem resiliência de engenheiro agrônomos

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O debate em torno da equação que envolve o crescimento populacional e a disponibilidade de alimentos não só é muito antiga como se apresenta sempre renovado. Maltus, que previa fome em razão de o crescimento da população ser geométrico enquanto o crescimento da produção de alimentos seria aritmético, teve sua teoria refutada. Ciência, tecnologia e inovação, entre tantos benefícios que trouxeram para a civilização, fizeram a produção de alimentos crescer mais rapidamente do que a população.

Nos tempos atuais, a catástrofe ecológica, prevista por muitos, apresenta novos argumentos para amparar a ideia de que faltará alimentos. Estudos apontam que um aumento de 3° C na temperatura média no planeta pode inviabilizar o cultivo de grãos no Centro-Oeste do país que, conjugados com as previsões da ONU de que haverá a necessidade de dobrarmos a produção de alimentos até 2050, voltam a desenhar cenários difíceis para o futuro de nossas sociedades.

Por outro lado, novas tecnologias prometem carne artificial disponível nas prateleiras dos supermercados já em 2025, produzidas a partir do carbono, hidrogênio e nitrogênio presentes no ar que respiramos, com custos de produção e impactos ambientais menores. Diante de tal possibilidade, qual seria o impacto sobre o mercado mundial da soja e sobre o Brasil agrícola, campeão mundial de produção do cereal, que é utilizado principalmente para fabricação de ração animal?

A história mostra a impossibilidade de se antever o futuro, e não se trata aqui de buscar fazer previsões. Não existe dúvida, no entanto, de que essas questões e seus possíveis desdobramentos estão entre os temas centrais das discussões sobre o futuro da civilização e impactam o que se conhece sobre agricultura no mundo. Esse e outros assuntos estarão na pauta do 32º Congresso Brasileiro de Agronomia, que ocorre de 19 a 22 de outubro, em Florianópolis. O maior evento dos Engenheiros Agrônomos do país é promovido pela Confaeab e pela Feagro, tem cujo tema central “Os Desafios Profissionais do Mundo em Transformação” e busca trazer para o debate os desafios que se apresentam num mundo em que as mudanças e transformações ocorrem em velocidade nunca vistas.

Fonte: Eduardo Piazera, engenheiro agrônomo e presidente do Seagro-SC

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