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Técnica de plantio acelera recuperação de pastagens 

Semeadura a lanço possibilita recuperar capacidade produtiva com menor custo
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FOTO: REPRODUÇÃO

A Embrapa realizou pesquisas, junto aos produtores do Acre, e chegou à conclusão de que o plantio direto com semeadura a lanço possibilita recuperar a capacidade produtiva de pastagens degradadas com maior agilidade, menor investimento financeiro e sustentabilidade. 

Além de reduzir pela metade o tempo para formação e estabelecimento da pastagem, essa modalidade de plantio proporciona economia de até 15% no custo do processo de reforma e diminui os impactos ambientais da atividade pecuária.

A técnica é estudada pela estatal desde 2011, e o objetivo é disponibilizar alternativas sustentáveis para a reforma de pastagens, em substituição ao método mecanizado. A modalidade a lanço foi testada e recomendada para o capim-xaraés (também conhecido como capim-MG5) e piatã, únicas cultivares de Brachiaria brizantha recomendadas para o Acre.

Segundo o pesquisador Carlos Maurício Andrade, responsável pelos estudos, mais de 80% das propriedades rurais acreanas apresentam solos com baixa permeabilidade, sujeitos ao encharcamento durante a estação chuvosa. 

O capim-xaraés é a cultivar mais plantada atualmente no Acre, por sua alta produtividade e boa tolerância ao encharcamento do solo. Já o capim-piatã é recomendado para áreas menos sujeitas ao encharcamento do solo. 

E, em muitas localidades, a combinação de solos encharcados com relevo acidentado aumenta o risco de erosão e dificulta o uso de mecanização na renovação de pastagens.

“O plantio direto a lanço é eficaz para reformar pastagens degradadas, sem exposição do solo a processos erosivos. A reforma com uso da técnica, desde os cuidados iniciais com a área até o primeiro pastejo, leva de 90 a 100 dias, enquanto no método convencional pode durar até 150 dias. Além de encurtar o tempo que a pastagem permanece sem uso durante a reforma e reduzir custos para o produtor, o plantio direto a lanço contribui para a manutenção da rentabilidade do sistema produtivo e pode ajudar a desenvolver a pecuária a pasto na Amazônia, com sustentabilidade”, ressalta o especialista.

Com uso da técnica, desde os cuidados iniciais até o primeiro pastejo, a recuperação leva de 90 a 100 dias, enquanto no método convencional pode durar até 150 dias (Foto: divulgação)

E quais são as vantagens deste tipo de técnica? Estudos de impacto revelam que 95% dos pecuaristas que adotam o plantio direto de forrageiras no Acre realizam a semeadura a lanço. Embora demande maior quantidade de sementes, a técnica proporciona melhor rendimento operacional em relação a outras modalidades de plantio direto e ao plantio convencional. 

“A economia com horas e máquinas, possibilitada pelo baixo investimento em operações mecanizadas, compensa os gastos com insumos e reduz o custo total da reforma da pastagem. No Acre, um hectare reformado pelo método convencional custa dois mil e trezentos reais, enquanto no plantio direto a lanço o valor cai para dois mil reais”, avalia Andrade.

Os benefícios da semeadura a lanço chamaram a atenção do produtor Edilson Alves de Araújo, que buscava alternativas mais eficientes para recuperar a produtividade das pastagens na Fazenda Bom Sucesso, localizada no município de Porto Acre. A propriedade tem solos planos e não enfrenta problemas de encharcamento, mas boa parte dos 800 hectares de pastagem existentes apresenta alto grau de degradação.  

“Testamos o plantio direto a lanço entre 2020 e 2021 e comprovamos que o seu custo benefício é excelente. Este ano, iniciamos a reforma de 100 hectares de pastagem e vamos continuar com a técnica. Poder colocar o gado mais cedo no pasto evita gastos com suplementação na dieta animal”, afirma.

Além de ganhos econômicos, a semeadura a lanço, direto na palha, proporciona benefícios ambientais. A redução em 74% de processos mecanizados na reforma de pastagens minimiza o revolvimento do solo e protege esse recurso natural da erosão. 

Outro benefício é a incorporação de matéria orgânica (palhada) no solo, procedimento que melhora a atividade biológica e a fertilidade das áreas reformadas. A palhada que fica na superfície também ajuda a reter umidade no solo, favorecendo o desenvolvimento das plantas e o aumento da sua resistência a eventuais veranicos.

O plantio direto está entre as práticas de produção sustentável incentivadas pelo Plano Setorial de Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+), política pública que atua para o cumprimento de compromissos voluntários do Brasil para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no País. 

A meta é reduzir em 1,1 bilhão de toneladas as emissões de carbono equivalente no setor agropecuário, até 2030. O plantio direto a lanço reduz a queima de combustíveis fósseis, em função do baixo uso de mecanização, e evita outros processos emissores de carbono (CO2) para a atmosfera, como a decomposição da matéria orgânica no solo.

Leia mais detalhes sobre o estudo e a técnica no site da Embrapa.

Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.

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