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Streptococcosis afeta produção de tilápia

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A chegada dos meses mais quentes do ano acende alerta para os piscicultores em relação à proliferação do Streptococcus spp. Esse gênero de bactérias se propaga com mais facilidade em temperaturas acima dos 28oC e é potencialmente patogênica para a produção de peixes de cultivo, como a tilápia. Se não tratada corretamente, pode proporcionar perda maior que 50% da população dos peixes infectados. Se diagnosticada rapidamente e tratada, a mortalidade cai significativamente reduzindo os prejuízos financeiros dos produtores.

Um desafio adicional para os piscicultores é a identificação da espécie da bactéria. Apesar de a bactéria Streptococcus agalactiae ser a mais comum na tilapicultura brasileira, Streptococcus iniae e Streptococcus dysgalactiae também são recorrentes, e o atraso na identificação, pode comprometer a eficácia do tratamento e provocar prejuízos ainda maiores.

“O Streptococcus pode estar presente em peixes mortos, moribundos e até mesmo com aparência sadia. Sendo liberado na água, pode colonizar outros peixes causando infecções e acarretando elevada mortalidade. Os sinais clínicos na maioria dos casos podem ser muito semelhantes em infecções causadas pelas três principais espécies de Streptococcus que afetam as tilápias”, explica Paulo Ceccarelli Jr, coordenador técnico comercial Aqua SANPHAR/IPEVE.

Em relação aos sinais clínicos da doença, o especialista da SANPHAR/IPEVE os divide em dois grupos: externo e interno. No primeiro, surgem letargia, anorexia, escurecimento da pele, hemorragias, necroses na pele e tecido muscular, exoftalmia e opacidade de córnea. Como característica, os peixes em processo de infecção mais avançados apresentam natação errática. Já nos sinais clínicos internos estão: tamanho do baço aumentado e com coloração escurecida, fígado pálido e aumento de fluído com presença de sangue na cavidade abdominal.

Os sinais clínicos entre as espécies são semelhantes, o que leva à necessidade de análise laboratorial para a definição correta do tratamento. Ceccarelli Jr. relata que em muitos casos, por ser mais comum, o produtor tende a cuidar do problema com soluções voltadas para a bactéria Streptococcus agalactiae, o que não garante a eficácia do tratamento e pode até atrasar a adoção dos cuidados sanitários adequados, elevando a taxa de mortalidade.

Para evitar este cenário, é necessário que o produtor adote um protocolo de gestão sanitária, fazendo testes regularmente, para identificar o surgimento dessa e outras patologias antes de sua propagação. No caso da bactéria Streptococcus spp, o coordenador técnico comercial Aqua SANPHAR/IPEVE enfatiza que o seu avanço é rápido e que, se descoberta antes de apresentar sinais clínicos, a mortalidade tende a ficar baixa minimizando o impacto negativo sobre a produção.

“A adoção de programas de gestão sanitária é importante porque envolve diagnósticos frequentes para identificação precisa dos agentes causadores das doenças – o que facilita o tratamento correto e efetivo e envolve a utilização de vacinas autógenas, como tratamento profilático – elas são produzidas a partir de bactérias isoladas dos peixes de cada piscicultura, o que permite a utilização de um ou mais antígenos em sua composição, garantindo mais eficiência na imunização dos peixes”, completa Ceccarelli.

O IPEVE, laboratório de diagnósticos da SANPHAR Saúde Animal, produz vacinas autógenas e oferece uma série de serviços, entre os quais programa de gestão sanitária completo, que acompanha o desempenho dos animais, produção e demais índices zootécnicos, com monitoria periódica, conforme as necessidades de cada propriedade. Através da gestão, a avaliação de iniciativas profiláticas ou terapêuticas ou ainda de manejo podem ser melhor exploradas para garantir o melhor rendimento do plantel.

Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.

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