“A sociedade está pressionando a agropecuária, principalmente a pecuária, de uma forma errada”. Esta é a visão do sócio-diretor da Athenagro, Maurício Palma Nogueira. Ele palestrou durante a reunião da Asbram, em São Paulo (SP), em 16 de fevereiro.
Sobre o desmatamento, ele afirmou: “Nós estamos aumentando a regra do jogo para quem trabalha direito. Estou aumentando o risco de quem trabalha certo, de quem está dentro da lei; e isso deixa uma avenida aberta para o ilegal”.
Em sua opinião, o setor precisa agilizar a criação de ferramentas que controlem o fluxo de coisas erradas que acontecem na pecuária. “Nós todos somos os maiores prejudicados nesse processo. Os primeiros a perderem com o desmatamento ilegal são produtores, frigoríficos que trabalham dentro da lei, e a indústria de insumo”, pontuou.
Vez ou outra, Nogueira lembra que volta à pauta a questão da redução das exportações para controlar a inflação. “Inclusive, o atual presidente falou isso em campanha, de fazer como a Argentina fez”, disse e continuou: “Seria a coisa mais estúpida que poderíamos implementar no País; os argentinos fizeram isso e deu errado”.
Para os argentinos terem a mesma disponibilidade de carne que tinham há alguns anos, ele explicou, teriam que recompor rebanho e produção, ter iniciativa privada, governo sem atrapalhar, tudo isso durante anos, para conseguir retomar aquele cenário.
“Nós não podemos colocar isso a perder no Brasil. Então essa é uma mensagem que a gente tem que passar o tempo todo. Mesmo aumentando as exportações, a disponibilidade per capita é maior”, falou.
Mas, também assegurou: não adianta brigar. “Temos que ter uma estratégia. O jogo é mais difícil do que a gente está jogando. Isso com o agravante de a carne bovina estar sofrendo anti propaganda de todos os lados”, resumiu e estabeleceu: “Temos que sensibilizar o consumidor em relação a isso”.
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