Pesquisas realizadas pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) mostram que, no balanço do primeiro semestre de 2023, os custos de produção da pecuária de corte dos sistemas de cria e de recria-engorda recuaram. Segundo pesquisadores, esse resultado esteve atrelado ao movimento de queda dos preços dos insumos utilizados para suplementação e dieta do rebanho. Esse cenário traz certo alívio aos pecuaristas, sobretudo diante do recuo dos valores de negociação da arroba do boi gordo ao longo deste ano. No acumulado de 2023 (de dezembro/22 até 25 de julho/23), a média do Indicador do boi gordo CEPEA/B3, estado de São Paulo, registra baixa de 9,04%, em termos reais.
Preços do suínos recuam no fim de julho, mas média mensal se sustenta
Os preços do suíno vivo recuaram no mercado doméstico no fim de julho, após registrarem altas no início do mês. Conforme levantamento do Cepea, as quedas das cotações do animal refletiram tanto a oferta elevada quanto as vendas enfraquecidas de carne suína, sobretudo na segunda quinzena do mês, quando o poder de compra de muitos consumidores brasileiros costuma diminuir. No entanto, apesar da desvalorização do vivo na segunda metade de julho, a média mensal foi sustentada pelas altas do início do mês. Na praça de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o preço médio do suíno vivo na parcial de julho (até o dia 25) subiu fortes 10,7% frente à de junho, fechando a R$ 6,68/kg.
Baixa liquidez e oferta elevada pressionam valor do frango vivo
Cepea, 21/07/2023 – O preço médio do frango vivo comercializado no estado de São Paulo em julho (até o dia 25) fechou a R$ 4,43/kg, leve retração de 0,2% frente ao de junho. De acordo com pesquisas do Cepea, esse cenário refletiu a baixa liquidez e a oferta elevada no mercado do animal. Nesse contexto de desvalorização do vivo, o poder de compra do avicultor paulista frente aos principais insumos consumidos na atividade (milho e farelo de soja) registrou sua segunda queda mensal em julho, conforme dados levantados pelo Cepea. No mercado de carne de frango, os valores também recuaram em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea. Isso porque a oferta da proteína segue elevada no mercado doméstico.
FARELO DE SOJA: Brasil pode ser o maior exportador global de farelo de soja em 2022/23
Os preços do farelo de soja subiram no mercado brasileiro na parcial de julho (até o dia 26), impulsionados pela firme demanda externa. O aumento da procura pelo derivado nacional esteve atrelado à redução do processamento de soja na Argentina – que pode ser o menor das últimas 18 temporadas – e à maior demanda para consumo doméstico no país vizinho, que deve ser recorde. Com isso, de acordo com o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado em 12 de julho, o Brasil deve elevar suas exportações de farelo de soja para 21,5 milhões de toneladas na temporada 2022/23 (de outubro/22 a setembro/23), tornando-se assim o maior fornecedor mundial desse subproduto, ultrapassando a Argentina (que, atualmente, é o principal exportador global de derivados de soja). Vale ressaltar que o Brasil não liderava as vendas externas de farelo desde a safra 1997/98. De acordo com a Secex, na parcial desta temporada (até junho/23), saíram dos portos brasileiros 15,26 milhões de toneladas do derivado – além de recorde para o período, esse volume representa 71% do projetado pelo Departamento. Diante disso, os prêmios de exportação do farelo de soja subiram no Brasil, indicando maior crescimento para os contratos de longo prazo.
MILHO: Colheita avança no Brasil, e preços registram ligeiras quedas em julho
Com o aumento da disponibilidade de milho no mercado doméstico, devido ao avanço da colheita, as cotações registraram ligeiras quedas em julho em boa parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Até o dia 15, os trabalhos de campo haviam alcançado 39,3% da área nacional, conforme dados da Conab. Além do avanço da colheita, a expectativa de safra recorde gera certa preocupação quanto à dificuldade de armazenar o produto, uma vez que o número de negociações antecipadas do cereal foi menor nesta temporada, e que produtores ainda têm outros grãos armazenados, como soja. Por enquanto, a safra 2022/23 de milho está estimada em 127,76 milhões de toneladas, 13% superior à 2021/22, também conforme a Conab. No entanto, vale ressaltar que, na segunda quinzena de julho, dois fatores internacionais passaram a limitar as desvalorizações do cereal no Brasil: o fim do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro e os ataques russos à cidade portuária de Odessa, na Ucrânia, o que devem restringir ainda mais os embarques naquele território. Juntas, Rússia e Ucrânia podem embarcar 33,1 milhões de toneladas na temporada 2022/23 e 23,7 milhões de toneladas na safra 2023/24, de acordo com dados do USDA. Com isso, no acumulado parcial de julho (de 30 de junho a 25 de julho), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) cedeu ligeiro 0,14%, fechando a R$ 55,28/saca de 60 kg no dia 25.
Cepea
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