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Preço dos ovos no Rio Grande do Sul teve aumento de 78% nos últimos dois meses e meio

Fatores climáticos, doenças e escassez de insumos explicam a alta nos preços, que deve continuar por mais 2 a 3 meses
Por Equipe Feed&Food

O preço da dúzia de ovos branco no Rio Grande do Sul vem registrando aumentos expressivos desde novembro do ano passado. Entre 26 de novembro de 2024 e 18 de fevereiro de 2025, a alta acumulada foi de 78,37%, conforme dados da Central de Abastecimento (Ceasa/RS). A variação, que levou o preço da dúzia de R$ 6,00 para R$ 8,33, reflete uma série de fatores que afetaram o setor produtivo, incluindo problemas climáticos, doenças e dificuldades logísticas. De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, os consumidores devem enfrentar preços elevados por mais dois ou três meses, até que a produção se estabilize.

Entre os fatores que contribuíram para essa alta estão as enchentes no Rio Grande do Sul no final de 2024, que destruíram aviários, afetaram a alimentação das aves e comprometeram a logística de escoamento da produção. Santos lembra também que, além dos danos causados pelas chuvas, o estado enfrentou a identificação de um foco de doença de Newcastle, o que resultou em embargos para a exportação de produtos avícolas. A combinação desses fatores deixou os produtores cautelosos e impactou a oferta de ovos no mercado, resultando em preços mais altos.

Aumento no preço dos ovos no Rio Grande do Sul impacta orçamento e deve persistir por mais alguns meses (Foto: Divulgação)

Além das dificuldades regionais, o Brasil como um todo enfrenta uma alta nos preços dos ovos, com a escassez de alimentos para as aves, como o milho, e o aumento de custos com insumos. A estiagem no Rio Grande do Sul e os efeitos no cultivo de milho agravaram ainda mais a situação. Em todo o Brasil, a demanda por ovos também aumentou com a proximidade da quaresma, quando os consumidores costumam substituir carnes vermelhas por ovos e proteínas brancas. Esse fenômeno sazonal, somado ao avanço dos custos de produção, contribui para o aumento do preço da dúzia de ovos.

Embora a situação seja delicada, José Eduardo dos Santos tranquiliza a população, afirmando que há produção suficiente para atender o mercado interno. Além disso, o presidente da Asgav observa que a situação nos Estados Unidos, com o sacrifício de milhões de aves devido à gripe aviária, ainda não gerou impacto no mercado de ovos no Brasil, mas deve ser monitorada. A expectativa é de que o preço se estabilize em dois ou três meses, quando a produção se recuperar e os ajustes no mercado forem feitos.

Fonte: Asgav, adaptado pela equipe FeedFood.

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