BOVINOCULTURA

Conteúdo

Novo imposto pode reajustar preço dos laticínios em 21,3%

feedfood

Se forem obrigados a recolher “na porteira” o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – também chamado de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) –, alimentos básicos, hoje isentos de impostos na saída da propriedade rural, vão ficar até 21% mais caros.

As propostas de reforma tributária estão encampadas pelo governo federal no Congresso. Na PEC 45, da Câmara, discute-se uma alíquota de 25% para praticamente todas as cadeias produtivas, com poucas exceções. Na PEC 110, do Senado, a alíquota padrão e suas exceções seriam definidas posteriormente, por lei complementar.

Se for repassado à cadeia produtiva, esse aumento de custos dos produtores significará inflação adicional de 1% em até um ano, segundo estudo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), tendo como base uma alíquota de 25%.

Os cálculos da CNA foram apresentados nesta terça-feira (28) ao Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados, que também ouviu representantes da indústria.

Dentre os alimentos que podem sofrer os maiores reajustes, na hipótese de repasse integral do aumento de custos, estão os laticínios, com aumento de preço de 21,3%. Também estão na lista: batata (21,6%); feijão (19,6%); café (18,5%); soja e milho (16,2%); e arroz (12,7%).

Para os agricultores, a redução na margem bruta poderá chegar a 94,3% no leite, que tem rentabilidade calculada em centavos, e 65,3% no arroz. Em termos gerais, outro estudo, feito em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), já havia estimado impacto de 22,7% na cesta básica com o fim da isenção de impostos.

O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, questiona se o consumidor está apto para receber esse aumento de custo, o que vai depender da sua renda e da elasticidade de demanda. 

“Tem produto que a gente sabe que vai passar integralmente esse custo. Mas, em outros, o consumidor não aceita e vai diminuir o consumo. Um exemplo é o laticínio. A gente sabe que, quando sobe o preço, o consumidor não incorpora esse aumento, ele reduz o consumo”, pontua.

Fonte: Gazeta do Povo, adaptado pela equipe Feed&Food.

LEIA TAMBÉM:

GA+Intergado eleva inteligência na jornada do boi

MAPA reforça medidas contra Influenza Aviária

Brasil e China assinam mais de 20 acordos de cooperação