O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles, avaliou o lançamento do Plano Safra 2021/22 e pontua alta dos juros como ponto negativo do projeto. “Os R$ 251,2 bilhões destinados ao programa são apenas 6,3% superiores aos R$ 236,3 bilhões do anterior. O aumento poderia ser um pouco maior, se levarmos em conta a inflação do período e a depreciação do real ante o dólar, que encareceu bastante os insumos importados”.
PRONAF
A principal preocupação, segundo ele, refere-se aos recursos destinados aos créditos subsidiados, que são muito importantes para pequenos produtores atendidos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O aporte de R$ 13 bilhões para os programas subvencionados – dentre eles o Pronaf e o Pronamp -, este ano, representa crescimento de 13,04% na comparação com os R$ 11,5 bilhões de 2020.
“Estes recursos, que alavancam linhas com recursos controlados, porém, não atendem à demanda total, e muitos produtores têm de recorrer outras opções de crédito no mercado financeiro”, frisa. A Faesp, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e própria Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, demandaram do Ministério da economia R$ 15 bilhões para as linhas subvencionadas.
Taxa Selic
O presidente da Faesp lembra que, no lançamento do Plano Safra anterior, a Selic estava em 2,75% ao ano; agora, é de 4,25%, ou seja 54,54% maior. “Assim, seria pertinente uma verba mais expressiva para o crédito subvencionado, reduzindo a necessidade de, num ambiente de juros mais elevados, os produtores terem de recorrer às taxas de juros livres”, pondera, concluindo: “Esperamos que, no decorrer do ano, seja possível equalizar melhor a questão do crédito, instrumento fundamental para o setor agropecuário, que tem sido decisivo para o abastecimento, a geração de empregos, ingresso de divisas da exportação e a economia nacional”.
Pontos Positivos
Apesar dos valores serem menores do que o esperado, o Plano Safra trouxe pontos positivos, como a agricultura familiar, que teve uma verba maior, e os investimentos em Bioeconomia, que incluem linha de crédito para Turismo Rural, que é uma demanda antiga da Faesp; crédito para agroflorestal; e apoio na produção de bioinsumos.
Fonte: Faesp, adaptado pela equipe feed&food.
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