A Embrapa Gado de Corte e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveram um sistema de monitoramento remoto da temperatura corporal de bovinos, que contribui para o bem-estar dos animais e melhora a rastreabilidade da carne. O dispositivo, com sensor posicionado no canal auditivo do animal, é fixado de forma segura e sem causar dor. A inovação foi patenteada pelo INPI e promete ajudar a detectar doenças, estresse térmico e outros problemas de saúde, proporcionando maior controle aos pecuaristas.
O dispositivo foi criado durante o mestrado em Engenharia da Computação de Arthur Lemos na UFMS, em parceria com a Embrapa. A temperatura do animal foi escolhida como parâmetro devido à sua relevância como indicador de infecções, inflamações e estresse, além de outros fatores como o cio. O sistema funciona com energia solar, sem necessidade de baterias, sendo mais sustentável e eficiente que outras tecnologias existentes no mercado, como câmeras termográficas e sensores RFID.
O funcionamento do equipamento envolve o uso de sensores de temperatura e geolocalização no canal auditivo, transmitindo dados periodicamente por wireless para um receptor a até 25 km de distância. Esses dados são enviados à internet, permitindo que os pecuaristas monitorem a saúde dos animais em tempo real e recebam alertas sobre condições como febre ou estresse térmico. O sistema busca reduzir custos operacionais e melhorar o manejo, favorecendo a saúde animal e a produção sustentável.

Além de combater doenças como a febre aftosa e reduzir os impactos do estresse térmico, o sistema de monitoramento ajuda a identificar o cio e o momento do parto nas fêmeas, melhorando a eficiência reprodutiva. O desenvolvimento da tecnologia busca criar uma solução escalável, com parcerias para sua fabricação em larga escala. Esse avanço promete facilitar o trabalho do produtor rural, oferecendo uma alternativa eficiente, de baixo custo e fácil implementação.
O trabalho conjunto entre a Embrapa e a UFMS já produziu resultados importantes, como quase 50 dissertações de mestrado voltadas para a inovação na pecuária de precisão. A colaboração continua a gerar soluções tecnológicas para a melhoria da produção de carne e leite no Brasil, contribuindo para o aumento da competitividade do setor e a segurança alimentar. A inovação tecnológica é vista como um caminho para o futuro da pecuária brasileira, que busca sempre mais eficiência e sustentabilidade.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.
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