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Confinamento de gado ganha força com queda nos preços dos insumos

"A alta se deve ao aumento no poder de compra dos confinadores e melhora na relação de troca", pontuou Alberto Pessina
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Em plena virada de ciclo, a intenção de confinamento de gado tem aumentado significativamente, impulsionada pela queda nos preços dos insumos e pelas condições climáticas.

Neste cenário, a redução nos preços do milho e do farelo de soja, essenciais para a ração animal, e as condições das pastagens durante a estação seca e fria incentivam o confinamento do gado.

O levantamento realizado em abril pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostrou que 724,90 mil animais em Mato Grosso, o estado com o maior rebanho do país, estão sendo confinados. O número representa um aumento de 1,09% em relação à projeção de 2023.

“A alta nas intenções de confinamento, apesar das incertezas quanto aos preços do boi gordo, se deve ao aumento no poder de compra dos confinadores e melhora na relação de troca, tanto dos insumos quanto do ágio do boi magro”, avaliou o CEO da Agromove, Alberto Pessina.

A intenção de confinamento de gado tem aumentado significativamente, impulsionada pela queda nos preços dos insumos e pelas condições climáticas (Foto: reprodução)

Ainda de acordo com Alberto, o número de fêmeas enviadas para confinamento começa a reduzir em relação aos machos, o que indica o momento de suave retomada de um ciclo pecuário para o terceiro ou quarto trimestre de 2024.

“Ainda se observa pecuaristas abatendo fêmeas, o que ajuda a manter a oferta elevada, contribuindo para uma redução na quantidade de bezerros. Isso dá pouco espaço para uma retomada forte dos preços”, detalhou o CEO.

Já segundo dados da Agromove, até maio de 2024, a oferta de carne no mercado aumentou 19,4% em comparação ao mesmo período de 2023. As exportações cresceram 36,6%, se recuperando de um impacto negativo em 2023 devido a um caso de vaca louca. No mercado interno, a oferta aumentou 14,33%. Os números indicam uma maior disponibilidade de carne no Brasil, pressionando as cotações do boi gordo no primeiro semestre.

A maior oferta de carne impacta o mercado externo. A produção de carne bovina brasileira deve atingir 11,21 milhões de toneladas em 2024, com um aumento de 2,37% em relação a 2023, conforme informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Brasil também deve exportar cerca de 2,93 milhões de toneladas, com um crescimento de 1,14% em relação ao ano anterior.

Fonte: Agromove, adaptado pela equipe FeedFood.

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