Habituados com dias de campo, feiras, exposições, congressos, os produtores rurais e outros membros da cadeia produtiva de proteína animal tiveram de se adaptar ao mundo virtual desde o início da pandemia. Para analisar este cenário, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) realizou a 8ª edição da pesquisa de Hábitos do Produtor Rural, esta, segundo a entidade, foi a maior da história.
De acordo com o estudo, que abrangeu 16 estados brasileiros, 39% dos agricultores e criadores foram a eventos presenciais antes da pandemia e que 58% deles pretendem ir no futuro. Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMRA e coordenador da Pesquisa pontua que resposta foi praticamente unânime: os produtores rurais desejam a volta dos eventos presenciais.
A pesquisa também constata o avanço das ferramentas de comunicação no campo: 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017. Outro ponto importante é a maior oferta de internet no meio rural, disponível para 91% dos produtores de animais e 88% para os agricultores. 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia. Previsão do tempo e informação são os principais conteúdos buscados por agricultores e criadores.
“Nunca o conteúdo foi tão importante nas mídias digitais”, aponta a pesquisa. “74% dos produtores usam a internet para se atualizar. O levantamento comprova a relevância do Whatsapp como meio de comunicação digital. Nada menos do que 76% dos produtores usam a plataforma para realizar negócios, o que é uma novidade. O Facebook continua sendo importante como rede social, porém não para fazer negócios, e o YouTube quase triplicou de importância em relação à pesquisa de 2017”, detalha Jorge Espanha, presidente da ABMRA.
Entre os meios de comunicação tradicionais, os produtores preferem a tv aberta, seguida por rádio, tv especializada, jornal e revista. “Destaco a resiliência do meio rádio, que permanece muito importante no meio rural e também a confiança dos agricultores e criadores nas revistas e jornais. Um em cada quatro produtores participantes da pesquisa (26%) disse que “a revista é muito importante para me manter informado sobre o setor rural” e 30% destacaram que “jornais e revistas do agronegócio ajudam os profissionais do campo a inovar e aumentar os seus ganhos”. “O que vemos é a convergência de vários meios de comunicação com a necessidade de agilidade na tomada de decisão e interação, fator já previsto na 7ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural, de 2017”, ressalta Jorge Espanha.
Por trás da mente do produtor
“A 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural mostra, com exatidão, o que está na mente dos agricultores e criadores neste exato momento em que o Brasil e o mundo ainda são impactados pela pandemia do novo coronavírus. O levantamento é essencial para todos os agentes da cadeia da produção, incluindo empresas das mais diferentes áreas de atuação, entidades de classe, órgãos governamentais, formadores de opinião e meios, para entender os hábitos dos produtores e a relevância ou mesmo a baixa relevância dos novos agentes de comunicação, como as mídias sociais, a tecnologia de forma geral e os influenciadores digitais do agro”, destaca Ricardo Nicodemos, também coordenador da pesquisa, que foi encomendada pela entidade à IHS Markit.
Software Exclusivo e Mineração de Dados
O cérebro da 8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural é um software exclusivo, que possibilita dezenas de milhares de combinações de dados. Com essa ferramenta, os usuários podem filtrar por atividade, localidade, meio de comunicação, perfil regional e vários outros indicadores.
“A pesquisa completa está disponível somente às empresas cotistas. O que informamos aqui é apenas um pequeno extrato do que é possível fazer em termos de mineração de dados. Os cotistas têm um produto único à disposição para aumentar, e muito, o êxito das suas estratégias de comunicação e marketing e para conhecer profundamente o mercado agropecuário, sob a ótica dos agricultores e dos criadores de animais. A ABMRA está à disposição das empresas interessadas em se juntar às dezenas de companhias que já adquiriram a pesquisa e, assim, têm grande vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes”, explica Ricardo Nicodemos.
“O software exclusivo da pesquisa possibilita determinar, com extrema confiabilidade, as preferências dos produtores em comunicação e em formas de interação, chegando ao detalhe de mostrar quando, onde e a que hora da semana ocorrem os acessos”, complementa Jorge Espanha.
Fonte: ABMRA, adaptado pela equipe feed&food.
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