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Digitalização do agro é inspiração para todo o mercado

Diogo Luchiari Fructuoso, Sócio e Chief Marketing Officer da Macfor
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Ao longo dos anos, testemunhamos mudanças profundas no panorama do marketing digital, mas o que realmente me surpreendeu foi a forma como o setor agrícola abraçou essa transformação. 

Lembro-me de quando muitos diziam que o agronegócio nunca iria aderir ao marketing digital, alegando que o método tradicional de negociação era insubstituível e que os agricultores não estavam prontos para comprar online. No entanto, essas previsões agora parecem infundadas, pois o agronegócio não apenas aderiu à revolução digital, mas também a liderou. 

A verdadeira revolução não está apenas em vender produtos agrícolas online, mas em usar a internet para construir narrativas envolventes, formar comunidades conectadas, educar agricultores e alcançar mercados inexplorados. No entanto, essa mudança não foi apenas impulsionada pela necessidade de se adaptar ao “novo normal” pós-pandemia, mas sim pela vontade de inovar e prosperar. 

Aqui no Brasil, temos um exemplo notável do sucesso dessa transformação. Uma pesquisa conduzida por instituições renomadas como Embrapa, Sebrae e INPE, com mais de 750 pessoas, entre empresas, produtores rurais e prestadores de serviço, revelou dados extraordinários sobre a digitalização do setor no país.  

A surpreendente estatística de que 84% dos agricultores brasileiros já integram ao menos uma tecnologia digital em sua produção agrícola é apenas a ponta do iceberg. Isso vai além de apenas usar a internet para compras; trata-se de uma mudança de mentalidade que tem impactado todo o setor. 

E com a pandemia, o uso de meios digitais pelos agricultores brasileiros saltou de 36% para 46%, colocando o Brasil como líder na digitalização do agronegócio, conforme evidenciado em um estudo da McKinsey em 2021. 

Mas a digitalização não é apenas sobre tecnologia. Trata-se de entender o novo comportamento do consumidor pós-pandemia. Descobrimos que eles buscam uma experiência de compra robusta, seja ela online ou offline. As empresas agrícolas de sucesso entenderam que não é apenas sobre estratégias de marketing digital, mas sobre oferecer uma experiência completa e valiosa ao cliente. 

O estudo Clienting Index revelou que, de janeiro de 2019 a junho de 2022, houve uma melhoria considerável na taxa de recompra do consumidor, passando de 29,4% para 48,6%. 

No contexto agrícola, isso se traduz em maior fidelidade às marcas que oferecem produtos de qualidade, sustentáveis e rastreáveis. E o mais importante: as que sabem como fazer essa mensagem chegar para os consumidores.  

E o impacto econômico é inegável. Em 2023, o agronegócio brasileiro cresceu 21%, contribuindo com um aumento de 1,9% no PIB do país. Com um superávit de US$8,69 bilhões nos primeiros três meses, o PIB superou as projeções em 0,6%. Os números são impressionantes e ressaltam a importância de focar na era digital para impulsionar ainda mais o setor. 

Entretanto, essa transformação não aconteceu sem desafios. A era digital exige dados precisos e um relacionamento eficaz com os clientes. O aprimoramento da maturidade digital das empresas é crucial para garantir o engajamento correto. E essa lição não se aplica apenas ao agronegócio, mas a todos os setores que desejam prosperar na nova era. 

Um estudo da AgroTech revelou que o engajamento online de empresas agro cresceu 120% de 2020 a 2022, superando setores tradicionalmente mais digitais. Isso reflete uma presença online não apenas maior, mas mais qualificada. 

O sucesso do agronegócio não é apenas sobre aderir à digitalização; é sobre abraçar a mudança com coragem e inovação. A resposta para essa transformação está na necessidade e na oportunidade. O setor agrícola mostrou ser resiliente e adaptável, e sua jornada digital serve como um farol de inspiração para todos os setores. 

Portanto, aprendamos com o exemplo do agronegócio. Não importa quão tradicional ou arraigado um setor possa ser, a adaptação e a inovação são essenciais. Para liderar no mundo contemporâneo, precisamos abraçar as mudanças, buscar inovações e estar dispostos a aprender e crescer. O agronegócio nos mostrou que a revolução digital é mais do que uma obrigação; é uma oportunidade para avançar e prosperar. Estou animado para ver como outras indústrias podem seguir esse exemplo e trilhar o caminho para um futuro digital promissor. 

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