Wellington Torres, da redação
Na contramão de um dos momentos mais desafiadores enfrentados pela bovinocultura brasileira, Victor Campanelli anuncia novo confinamento, reforçando o desenvolvimento inovador das empresas Campanelli e TecnoBeef, referências dentro e fora do País.
Com capacidade de engorda de 25 mil animais, o novo espaço, localizado na cidade de Araçatuba, no interior do Estado de São Paulo, é prova prática da máxima defendida pelo empresário: “Quando há volatilidade, há – em contrapartida – oportunidades”.
O confinamento, como explica Victor, possui dupla aptidão. “Dependendo do mercado, podemos usá-lo como estratégia para sequestrar bezerros, ou, eventualmente, terminar animais”, ressalta, ao frisar que o local já conta com sistema intensivo a pasto, o que possibilita o trato de cerca de seis mil bois, com fornecimento de até onze quilos de ração por dia.
“Iniciamos o confinamento com oito mil cabeças, mas o projeto tem como objetivo dobrar para dezesseis mil”, estima, ao salientar que o tempo de permanência mais curto deve resultar em três ciclos ao longo do ano.
“É um confinamento que nos possibilitará um pouco mais de flexibilidade. Podemos produzir a pasto ou em confinamento, assim como aproveitar o potencial de diferentes gramíneas nas diversas épocas do ano, uma mudança considerável frente ao nosso outro confinamento, na fazenda Santa Rosa”, ressalta. A unidade citada por ele, localizada na região de Altair, também no interior do Estado de São Paulo, tem capacidade para engordar 100 mil bois por ano.
Para Victor, o projeto – em contrapartida ao cenário atual enfrentado pelo setor – reforça a importância de “toda e qualquer atitude tomada no sentido de melhorar a lucratividade para determinado momento”. “Há vários fatores que influenciam a empresa para uma boa estratégia, como os preços do boi gordo, da reposição do bezerro e dos insumos. Analisamos todos esses pontos para tomarmos uma decisão totalmente racional, como essa”, afirma.
Essa decisão, como reitera Victor, é resultado do ato de acreditar no próprio negócio. “Já vivemos muitas outras crises e temos uma expertise muito grande em construir sinergia, o que permite ser cada vez mais competitivo”, pontua e acrescenta: “Crescemos em momentos de crises. Eles possuem um poder profilático que, ao passarmos, nos fortalecem”.
Da necessidade à prática
Assim como o novo confinamento, a TecnoBeef também surgiu de uma necessidade do grupo e, hoje, dará suporte à iniciativa. A empresa promove qualidade, procedência e customização de produtos com foco em ruminantes.
“Desde que anunciamos a fábrica, não paramos de expandi-la, sempre com capacidade máxima de produção, rodando turno”, comemora Victor, ao frisar que deixaram de ser uma fábrica regional, para se tornar uma de grande porte: “Não temos nenhum produto de prateleira e pretendemos continuar assim, sempre buscando o que é melhor para o cliente e não para indústria”.
“É sobre ter o produto adequado para a hora adequada com foco na categoria certa e, assim, auxiliar na melhor estratégia em busca do maior retorno. A TecnoBeef se encaixa totalmente nesse novo projeto, não só como fornecedor de matéria-prima, mas como fornecedora de conhecimento e fomento do melhor resultado”, finaliza.
LEIA TAMBÉM:
Influenza Aviária reacende debate sobre crises sanitárias
Unifrango marca o encontro de grandes empresas do agro
SBSS abordará vacinas autógenas durante painel sobre biosseguridade