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Pescado brasileiro entra para mercado muçulmano

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As carnes bovina e de frango brasileiras são proteínas animais que já ultrapassaram as fronteiras e ganharam o mundo, percurso que agora está sendo trilhado por uma outra proteína: o pescado. Entre os países que têm apresentado uma crescente na importação dos peixes brasileiros, estão os árabes.

Os números ratificam esse cenário: segundo dados divulgados no Informativo sobre Comércio Exterior da Piscicultura, publicado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e pela Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o Brasil dobrou a receita com as exportações da piscicultura no primeiro semestre de 2022 em comparação ao mesmo período de 2021, com uma receita de US$ 14,35 milhões entre janeiro e junho de 2022 ante US$ 7,18 milhões em 2021. Em volume, o aumento foi de 14%. 

O mercado árabe se destaca como destino nos embarques no pescado brasileiro: a Líbia é o 3º principal destino da proteína, com uma receita de US$ 476 mil, somando 4.931 toneladas nos primeiros seis meses deste ano. A alta mais significativa da receita foi motivada, especialmente, pelo crescimento na venda de produtos com maior valor agregado, sobretudo os filés congelados, que teve aumento de 544% no valor e de 571% no volume exportado. 

Ainda de acordo com o informativo, a tilápia se mantém como a principal espécie exportada pela piscicultura nacional, respondendo por 98% do faturamento e 99% da quantidade de peixe embarcada pelo País no primeiro semestre deste ano. 

E, quando se fala em tilápia, ainda segundo a PeixeBR, a região Sul se mantém como destaque – a tilápia representa 86% de todos os peixes de cultivo da região, tendo o Paraná como líder na produção nacional, com 182 mil toneladas em 2021. 

O estado líder na produção de tilápia brasileira agora quer levar seus produtos ainda mais longe. Produtores da região de Nova Prata do Iguaçu (PR) começam a visualizar o potencial do mercado muçulmano e buscam atender aos requisitos para que seu pescado chegue a esses mercados. 

Dentre eles, está a Piscicultura Caxias, que concluiu o processo de certificação Halal e está apta a exportar aos países árabes. O proprietário da empresa, Jean Carlo Kuligowski, explica que atendia apenas o mercado interno, mas começou a visualizar oportunidade em outros países. “Depois que tivemos uma pessoa da região participando da Gulfood 2022, percebemos o potencial para exportação do pescado aos países muçulmanos e isso nos estimulou a buscar a certificação Halal”, explica Jean. 

As oportunidades desse promissor mercado para o pescado brasileiro serão apresentadas pelo diretor de Operações da CDIAL Halal, Ahmad M. Saifi, durante a 4ª edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC), realizado de 31 de agosto a 2 de setembro, no Maestra Grand Convention Center, em Foz do Iguaçu (PR), que este ano terá como tema “Das Águas à Mesa do Consumidor: Por uma Cadeia Competitiva, Sustentável e Foca no Mercado Global”. 

O diretor da CDIAL Halal participará de um painel sobre Mercado Mundial e Nacional de Pescados, que abordará a atualidade e tendências da produção, consumo e comércio mundial de pescados; exportações brasileiras de pescado, evolução, desafios e tendências. 

“O Brasil tem potencial e oportunidade para abastecer o mercado muçulmano, que está ávido por nossos peixes, como a Jordânia, por exemplo, que demonstrou interesse por todas as espécies de peixes brasileiros. E este é um mercado gigantesco, que deve movimentar em torno de US$ 5,74 trilhões até 2024 e são mais de 200 milhões de pessoas que residem nos 22 países que compõem a Liga Árabe”, afirma o diretor da CDIAL Halal. E completa: “Temos quem quer vender e aqueles que querem comprar, então temos um enorme potencial e a certificação Halal é o caminho para quem deseja ingressar neste mercado, já que é uma garantia de qualidade e segurança para o pescado que será consumido pela população de religião islâmica”, explica Ahmad Saifi. 

Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food. 

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