Durante algumas semanas do mês de janeiro, os frigoríficos de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, que abatem frangos de corte, atuaram como pilotos para validar procedimentos de modernização do Sistema de Inspeção Federal (SIF). A iniciativa visa fortalecer a identificação e o controle mais eficaz de riscos de contaminação da carne por microorganismos na avicultura industrial.
O trabalho é coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves (SC), junto do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com a colaboração de especialistas de universidades públicas.
De acordo com a Embrapa, o projeto auxilia no controle de qualidade do produto, garantindo mais vigilância e menores riscos para a saúde do consumidor. O trabalho contará com um médico-veterinário responsável, mediante supervisão dos auditores fiscais federais agropecuários (AFFA), que fará a inspeção e medirá a eficiência da higiene durante os processos.
O pesquisador da Embrapa, responsável por liderar o projeto, Luizinho Caron, acredita que todo o estudo feito até agora precisa ser colocado em prática e explicou que “muitos dos procedimentos realizados deixam de ser feitos por agentes públicos, porque não oferecem perigos identificados pela análise de risco. A linha de abate ficará com mais foco e mais precisa”.
Para que os procedimentos possam ser institucionalizados pelo MAPA, a validação precisa ser feita por meio de testes-piloto. Caron explica que essa etapa tem sido realizada de maneira voluntária. “Essa participação está ocorrendo de forma voluntária, ou seja, cada participante aceitou realizar testes em seus estabelecimentos e contribuir com o projeto”, destaca.
Sobre o atual sistema de inspeção, o pesquisador destaca que é realizada principalmente de forma visual, observando-se lesões na carcaça e órgãos das aves. Na inspeção moderna, preconizada pela coletânea internacional de padrões Codex Alimentarius, a inspeção deve ser baseada em uma análise de risco e avaliar os perigos microbiológicos, como Salmonella e Campylobacter, entre outros microrganismos que, em geral, não deixam lesões visuais na carcaça. “Desse modo, a inspeção moderna vai se basear no risco microbiológico dos lotes e na eficiência do abatedouro em não aumentar esse risco,” detalha o cientista. Não quer dizer que lesões inflamatórias, por exemplo, não serão mais removidas, mas serão removidas pela garantia da qualidade e o processo será auditado pelo serviço oficial.
Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.
LEIA TAMBÉM:
Suinocultura deve encerrar ano com bons números
Avicultura se mostra robusta em produção, exportação e consumo