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Mastite Subclínica causa impacto nos índices produtivos

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Foto: reprodução

A Mastite é a inflamação da glândula mamária, comum nos rebanhos leiteiros, causada mais frequentemente por infecções bacterianas. É a doença infecciosa com maior impacto negativo na pecuária leiteira mundial devido a alta incidência de casos e os prejuízos econômicos que ela promove.

A doença pode afetar um ou todos os quartos mamários, de forma clínica e/ou subclínica. Em ambos os casos, ocorrem alterações no leite que modificam sua qualidade, composição química e características naturais desejadas.

A forma subclínica é a mais comum, sendo responsável por aproximadamente 70% dos casos. Nesta forma de apresentação, não ocorrem alterações visíveis no úbere e no leite, mas a inflamação promove mudanças importantes na composição do leite, aumentando índices de cloro (Cl) e sódio (Na), e reduzindo as concentrações de caseína, gordura, lactose e sólidos totais. Além disso, a mastite subclínica tem potencial para reduzir em até 45% a produção de leite por animal afetado. Por não ser visivelmente diagnosticada, tem grande potencial de disseminação e estima-se que para cada caso de mastite clínica existam ao entre 15 e 40 casos de mastite subclínica no rebanho.  (Philpot e Nickersn, 1991).

Já a manifestação clínica é facilmente diagnosticada, uma vez que há alterações visíveis no úbere e no leite e, em algumas situações, no estado geral da vaca afetada (mastite hiperaguda).

A classificação da mastite também pode ser feita de acordo com a origem do agente infeccioso, podendo ser contagiosa ou ambiental. A mastite ambiental é causada por microrganismos oportunistas que vivem no ambiente onde as vacas habitam, como Escherichia coli, Klebsiella sp e Enterobacter sp. A contaminação ocorre pelo contato direto entre as glândulas mamárias e as bactérias, como por exemplo quando as vacas se deitam em ambientes com higienização precária, ricos em matéria orgânica e que favoreçam a proliferação de tais agentes.

Já a mastite contagiosa é causada por microrganismos bacterianos que vivem no úbere, como Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, e Corynebacterium bovis. A contaminação normalmente ocorre no momento da ordenha, pelas mãos do ordenhador, equipamento mal higienizado e por panos usados para secar os tetos. A mastite contagiosa é responsável pela maioria dos casos subclínicos, muitas vezes crônicos ou de longa duração.

O aumento de células somáticas é a principal característica de casos de mastite subclínica e o seu monitoramento pode ser feito na sala de ordenha com o teste de CMT (California Mastites Test) ou com a contagem eletrônica de células somáticas (CCS), que precisa ser feita em laboratório.

O CMT é um teste rápido e prático, mas que requer algum conhecimento básico para interpretar seu resultado, que é baseado na observação da reação entre o leite e o reagente – a interação entre os dois forma um gel cuja viscosidade é proporcional ao número de células somáticas presentes na amostra. Ele pode ser negativo, suspeito, fracamente positivo ou fortemente positivo.

A contagem de células somáticas (CCS) é feita em laboratório em amostras individuais de leite ou do tanque. Células somáticas são as células de defesa do organismo presentes na corrente sanguínea e responsáveis por combater agentes infecciosos. Quando uma glândula mamária é invadida por esses agentes o organismo reage enviando células de defesa para o local, estas células extravasam da corrente sanguínea e, junto com as células epiteliais de descamação dos alvéolos secretores de leite, podem estar presentes no leite ordenhado.

Quando a mastite subclínica é diagnosticada, a utilização de testes cromogênicos para a identificação do agente causador pode ser uma grande aliada dos produtores a fim de ter maior celeridade no tratamento da doença. Os testes cromogênicos podem ser de placa dupla ou tripla, com meios de cultura específicos e que reagem com cores diferentes de acordo com o tipo de enzima produzida pela bactéria. A amostra de leite em teste é inoculada na placa, que irá apresentar uma cor específica relacionada ao microrganismo causador da mastite, auxiliando bastante no tipo de tratamento a ser realizado.

De maneira geral, os animais diagnosticados com mastite subclínica são retirados da linha de produção e tratados com antibióticos intramamários específicos para o agente causador, o que contribui para um maior sucesso de cura e recuperação dos quartos mamários afetados e do potencial produtivo do animal. Em animais com lactação avançada a secagem pode ser recomendada.

O tratamento é vantajoso por promover a redução de células somáticas no leite, além de atuar na redução de descartes de animais e melhoria do bem-estar das vacas. Para o rebanho, o tratamento reduz o índice de transmissão de mastite contagiosa, algo benéfico ao produtor mesmo considerando os custos de medicamento e mão de obra.

A prevenção e o controle da mastite são multifatoriais e envolvem manejo de qualidade, execução correta dos procedimentos, acompanhamento veterinário periódico do rebanho, higiene adequada do animal e dos equipamentos, monitoramento da saúde do úbere e tetos dos animais, limpeza adequada das instalações de ordenha, redução do estresse do animal e ter mão de obra qualificada e dedicada.

Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.

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