Camila Santos I camila@dc7comunica.com.br
Os preços da carne no atacado da Grande São Paulo alcançaram o maior patamar nominal de 2024, conforme apontado pelo Cepea em análise de setembro. As valorizações dos cortes com osso registraram uma média de 4% na semana analisada, com destaque para a carcaça casada do boi gordo, que reúne o traseiro, o dianteiro e a ponta de agulha. Esse movimento foi sustentado por um aumento na demanda, impulsionado por melhores indicadores macroeconômicos, como queda no desemprego e aumento da massa de rendimentos, além de uma oferta mais restrita por parte dos frigoríficos.
Em Santa Catarina, o cenário apresentou um crescimento significativo em 2024. Em dezembro, o preço médio estadual chegou a R$ 322,28, com alta de 6% em relação ao mês anterior e expressivos 28,9% na comparação com dezembro de 2023, segundo a Epagri/Cepa. Ainda assim, nas primeiras semanas de dezembro, foi observada uma desaceleração nas altas, com variações negativas em algumas regiões produtoras. Apesar disso, a expectativa dos analistas é que o mercado atinja estabilidade nos próximos meses.
Os dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) reforçam o desempenho positivo do setor no estado. Entre janeiro e novembro de 2024, foram abatidas cerca de 611 mil cabeças de bovinos, um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período de 2023. Esse crescimento reflete o fortalecimento da produção estadual, que se mantém em alta mesmo diante de pressões de custo e oscilações na demanda.
Enquanto Santa Catarina segue em ritmo de expansão na produção e no mercado, São Paulo se destaca pelo aquecimento do consumo e fortalecimento da carne no atacado. Os dois estados ilustram os diferentes desafios e oportunidades do setor bovino no Brasil, que deve continuar a enfrentar oscilações sazonais, mas se mantém aquecido diante de melhorias econômicas e maior organização no setor produtivo.
LEIA TAMBÉM:
MAPA anuncia o Egito como novo destino da carne e miúdos de búfalos brasileiros
Roberto Perosa assume a presidência da ABIEC com foco em internacionalização e sustentabilidade
Exportações do agronegócio brasileiro superam US$ 153 bilhões em 2024
