Os preços da soja e do milho registraram alta no encerramento de fevereiro, impulsionados por fatores distintos, mas que reforçam a tendência de valorização das commodities agrícolas. A demanda interna aquecida e as incertezas sobre a produtividade da safra sul-americana influenciaram os preços da soja, enquanto os baixos estoques domésticos e a presença mais intensa de compradores sustentaram as cotações do milho.
De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços da soja subiram mesmo diante de uma safra volumosa na América do Sul. O aumento dos custos logísticos e a possibilidade de uma menor área plantada nos Estados Unidos, conforme sinalização do USDA, também contribuíram para esse movimento.
Nos derivados, o óleo de soja registrou alta, impulsionado pela forte demanda dos setores alimentício e de biocombustíveis. Já o farelo apresentou queda, refletindo a cautela dos compradores que aguardam um maior avanço da colheita para negociar novos lotes.
No mercado de milho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas – SP) avançou 17% em fevereiro, superando os R$ 87,00/saca de 60 quilos. O movimento de alta foi sustentado pela maior presença de compradores no mercado spot, dificuldades logísticas e estoques reduzidos.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o estoque de passagem no fim de janeiro foi de apenas 2,1 milhões de toneladas, uma redução de 70% em relação ao ano anterior, quando o volume era de 7,2 milhões de toneladas. Nem mesmo o avanço da colheita da safra de verão foi suficiente para aliviar a restrição na oferta interna.
O cenário reforça a necessidade de monitoramento dos fatores que influenciam a precificação das commodities. No caso da soja, a evolução da colheita e as perspectivas para a safra norte-americana serão determinantes para as próximas cotações. Já no milho, a baixa disponibilidade interna e os desafios logísticos seguem como fatores de atenção para o setor.
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