Os resultados extraordinários das exportações catarinenses em 2024 reforçam a relevância do estado no mercado global de proteína animal. Segundo José Antônio Ribas Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), o desempenho atingiu níveis históricos, mas ele alerta para um cenário mais desafiador em 2025. “Os produtores rurais e as agroindústrias catarinenses devem ser reconhecidos ao se festejar esse sucesso, mas será difícil repetir os resultados neste ano.”
Em 2024, Santa Catarina exportou 1,97 milhão de toneladas de carnes, um aumento de 6,6% em volume e 3,2% em receita, totalizando US$ 4,15 bilhões. Esses números refletem o esforço do setor em enfrentar adversidades, como o cenário difícil do segmento de suínos no início de 2024 e as instabilidades geopolíticas que marcaram o ano anterior. Ribas destaca que, apesar dos desafios, o Brasil ampliou sua participação no mercado global: “Todo este contexto foi pano de fundo para um setor que segue seu compromisso com a qualidade, competitividade, biosseguridade, enfim, com ciência e competência produzindo com sustentabilidade.”
Para 2025, a conjuntura econômica e política exige atenção. A eleição nos Estados Unidos, com Donald Trump de volta ao poder, pode impactar as relações comerciais entre Brasil e China. Internamente, Ribas enfatiza que é essencial que o governo enfrente desafios econômicos como a redução de juros, evitando que eles continuem inibindo investimentos no setor. “Cabe a nós ficarmos atentos, para mitigar riscos e maximizar o uso de oportunidades. Afinal, podemos reforçar parceiras com todos, na lógica simples de que alimentos não devem ter barreiras.” Ele também destaca o cenário positivo para os grãos, com estabilidade esperada nas cotações devido à safra projetada de 322 milhões de toneladas.
Outro tema estratégico para o setor será a COP 30, que Ribas vê como uma oportunidade única para destacar os avanços do agro catarinense em sustentabilidade. “Somos aderentes às agendas de sustentabilidade e ESG e demais temas de interesse de todos, sobre a viabilidade do planeta que vivemos. O cliente irá comprar pautado no quanto aquele produto, processo ou empresa entrega nos compromissos materializados de melhoria dos indicadores de sustentabilidade.” Segundo ele, a participação ativa do setor na agenda climática global pode fortalecer a posição de liderança do Brasil no mercado de proteína animal. Para enfrentar 2025, a recomendação é clara: “O momento é de focar na produtividade, eficiência e qualidade.”
Fonte: Sindicarne SC, adaptado pela equipe FeedFood.
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