Você lava as mãos todas as vezes antes de se alimentar? Mesmo sabendo que essa é a atitude correta e mais segura, manter a consistência do hábito pode ser um desafio. Se uma ação simples como lavar as mãos periodicamente pode estar vulnerável aos deslizes, como podemos garantir a biosseguridade de uma granja que exige protocolos consistentes? “Com extremo comprometimento”, ressalta o Dr. em epidemiologia JoroenDewulf durante sua apresentação no 4º módulo do webinar #SANTalksBiosecurity, da SANPHAR Saúde Animal, com a palestra: “Biosseguridade além da granja: pontos críticos a se considerar”.
“Biosseguridade é uma atitude e envolve muitas atividades e compromissos. Quando queremos aderir aos protocolos e mudar a atitude dos produtores é preciso entender que isso tomará tempo – seu e dele. Toda mudança leva tempo. As coisas não mudam depois que você divulga sua mensagem ou dá um conselho. Esse processo exige perseverança”, pontuou o especialista.
O principal desafio destacado por Dewulf é a conscientização de todos os envolvidos no manejo das granjas sobre a importância de se cumprir consistentemente todos os protocolos de biosseguridade. Simplesmente visitando uma granja, por exemplo, é possível contaminar o ambiente caso cuidados, muitas vezes simples, não tenham sido adotados, como: trocar as roupas e os calçados e higienizar as mãos.
O especialista compartilhou no webinar #SANTalksBiosecurity que os seres humanos acabam sendo os principais vetores de bactérias, justamente pela falta de consistência nos protocolos sanitários. Um meio de mitigar esses danos é a adoção de medidas mais simples, como a substituição de pedilúvio pela prática de troca de calçados. Em sua visão, o uso correto do pedilúvio exige muitos cuidados conjuntos, que frequentemente são negligenciados. Por isso, garantir espaço sem sujidades para o visitante realizar a troca de vestimentas e calçados por peças limpas se torna mais eficaz a longo prazo.
“Essas atitudes são as regras de ouro a se seguir. Troca de roupa, calçados e higienização das mãos diminuem drasticamente o risco de contaminação do sistema de produção, pois se cria uma barreira sanitária”, comenta JoroenDewulf. Um meio de ampliar a eficácia dessa barreira sanitária, recomenda, é adicionar divisória física entre esses dois ambientes, sendo assim necessário registrar os dados do visitante antes da entrada no espaço limpo.
Em relação aos visitantes que estiveram em outras granjas recentemente, Dewulf destaca o protocolo de vazio sanitário, apontando os principais erros cometidos na adoção desse protocolo. “As bactérias podem sobreviver por horas ou até mesmo dias nas cavidades nasais das pessoas. Logo, esperar 48 horas entre a visita de uma granja e outra acaba sendo mais uma medida simbólica do que algo científico. Na prática, o objetivo é desestimular uma visita indesejada”, pondera. Medidas de higiene como lavar muito bem as mãos, realizar a troca de roupas e sapatos e o respeito as áreas limpas e sujas são os pontos realmente não negociáveis.
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Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.
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