Janeiro revelou um horizonte promissor para o agronegócio brasileiro, marcado por avanços em acordos comerciais que ampliaram a exportação de uma vasta gama de produtos. Segundo o MAPA, 2024 já presenciou a abertura de nove novos mercados em cinco países em três continentes.
A diversidade vai desde embriões e sêmen bovino até produtos de reciclagem animal. Contudo, apesar de sermos uma potência alimentar, na produção de bioenergia e na implementação de soluções contra as mudanças climáticas, o reconhecimento global dessas características ainda não é claro.
A Europa, como segunda maior importadora de produtos agrícolas brasileiros, desempenha um papel crucial nesse cenário. Com uma participação de 13% nas exportações do setor, o bloco não apenas adquire nossos produtos, mas também exerce influência sobre as diretrizes e regulamentações que impactam o agro.
O equívoco da União Europeia ao avaliar os impactos da produção agropecuária do Brasil e do Mercosul é notável. Nossa agricultura é moderna, eficiente e comprometida com a conservação de recursos naturais. No entanto, a imposição de barreiras e a adoção de obstáculos, especialmente no contexto do Green Deal, sinalizam um caminho marcado por sanções, em detrimento da cooperação.
Sanções não constituem o melhor caminho. Enquanto a UE busca impor suas exigências ao Mercosul, é crucial que consideremos outras parcerias que estão se desenhando, como as com os Estados Unidos e a China.
O presidente da CNA, João Martins, destaca com firmeza que as exigências da UE visam subjugar o agronegócio brasileiro, adotando posições que, segundo ele, buscam “asfixiar” nosso setor.
O agro brasileiro deve reafirmar sua posição como protagonista, destacando não apenas a qualidade dos nossos produtos, mas também a importância do setor para o desenvolvimento econômico e a segurança alimentar mundial. Devemos, sim, dialogar com a Europa, mas de maneira equilibrada, defendendo nossos interesses.