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Projeto Amazongen auxilia reprodução de tambaqui

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Com tecnologia, ação visa organizar plantéis de produtores do peixe

Durante a Reunião Técnica sobre Reprodução de Tambaqui e Capacitação para Coleta de Dados Reprodutivos no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO), na última segunda-feira (02), foi levantado informações sobre as técnicas utilizadas pelos produtores na reprodução do animal. O evento contou com a participação de produtores e parceiros do projeto Amazongen, dos Estados de Tocantins, Amazonas e Rondônia, com intuito de capacitá-los na coleta de índices reprodutivos que serão utilizados no gerenciamento do plantel e alimentação do software em desenvolvimento.

Financiado pelo Fundo Amazônia, O Amazongen é voltado para a transferência de tecnologia, que visa montar três núcleos satélites, que consiste na organização dos planteis de produtores do peixe. Com a implementação de controles para futuramente e gerar relatórios, o projeto vai auxiliar na reprodução.

Além da Embrapa Pesca e Aquicultura, são parceiros do Amazongen os centros de pesquisa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Amazônia Ocidental e Rondônia.

Produdores. Segundo o produtor, Jenner Bezerra de Menezes, da Biofish Aquicultura, de Rondônia “Nossa estrutura em Porto Velho é de 36 viveiros, com quatro hectares de área alagada e 400 matrizes. Já em Ariquenes temos 12 viveiros e dois hectares de área alagada”, descreve Menezes, que atualmente desenvolve pesquisa utilizando espinafre chinês cultivado nos tanques dos peixes, numa espécie de ilha, que é oferecido na complementação da alimentação de bovinos, suínos e caprinos.  “Acreditamos muito nessa integração na aquicultura”, destaca ele.

A empresa foi fundada em 1996 e trabalha com reprodução, comercialização e produção de tambaqui (90 por cento do total), além de pirapitinga, jaquarana, piau, pacu e pirarucu.

O produtor também relatou a descoberta de tambaquis sem a espinha em Y, intramuscular, que inviabiliza a filetagem do peixe e prejudica sua comercialização. “Houve um lote sem essa espinha sem nenhuma causa aparente. No dia em que dominarmos essa reprodução, vai mudar a história da piscicultura no Brasil”, aposta ele, que comercializa alevinos para Rondônia e pós-larva para Amazonas, Mato Grosso, Pará, Bolívia e Peru.

Por fim, Paulo Renato Florentino Lopes, da Fazenda F Lopes, apresentou sua empresa, que também produz rações extrusadas. Atuando no Amazonas desde 1989, ele é parceiro da Embrapa Amazônia Ocidental desde 1998. “No início não tínhamos técnica nenhuma, misturávamos várias espécies juntas, dávamos bolachas e pão para os peixes. Só depois é que passamos a fazer a criação da forma correta e a Embrapa nos ajudou muito nisso”, relata ele, que recorda a quebra de paradigma na época. “Havia uma ideia de que peixe de criatório tinha gosto de barro e pior que tinha mesmo. Afinal, peixe tem o gosto do que ele come. Foi difícil o mercado aceitar peixe de cativeiro e conseguirmos espaço num mercado acostumado com peixe de captura”, relata Lopes.

Ele conta que não possui muita experiência em reprodução, tendo maior foco na engorda do tambaqui. Investindo no momento em laboratório e na genética, Lopes lamenta ter lotes de alevinos com resultados excelentes e outros, péssimos. Atualmente a fazenda possui 20 hectares de sistema intensivo e produz 400 toneladas de tambaqui por ano. “Tudo isso tendo que bombear água da barragem 60 metros acima, que é onde é permitida a produção. É proibido produzir nas barragens do Amazonas, que são reservas ambientais”, afirma.

Para atender à necessidade da piscicultura, passou a fabricar ração extrusada e hoje produz três toneladas por hora. “Na piscicultura produzimos até 23 toneladas por hectare de tambaqui, com 180 reprodutores e oito famílias. Nosso objetivo é chegar ao melhoramento genético”, planeja.

O pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lucas Torati, apresentou o software que está sendo desenvolvido no projeto para auxiliar na reprodução de tambaquis. Na ocasião, os produtores puderam dar suas opiniões e expor necessidades, seguindo para uma visita nos laboratórios e no Campo Experimental de Aquicultura (CEAq).

Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe feed&food. 

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