Wellington Torres, de casa
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Ao ponto, mal passado, com complementos ou não, o bom churrasco vai muito além de pedaços de carne sobre fogo ou brasa. Considerado um dos pratos prediletos dos brasileiros, preparo demanda conhecimento e paixão.
Por isso, neste Dia do Churrasqueiro, comemorado hoje (30), conversamos com quem realmente entende, Carolina Armênio. Profissional é formada em gastronomia.
“Na graduação, eu sempre gostei muito de trabalhar com cocção lenta, alimentos feitos a lenha, com carvão, forno e fogão a lenha. Demorava muito mais e utilizava ingredientes mais simples, porém ficava com sabores surreais”, contou sobre como foi se aproximar da produção de churrasco, antes de ingressar numa steakhouse.
Segundo ela, nesse período o churrasco voltava a ter grande destaque em meio popular. “Estava começando os grandes festivais e churrascadas. Nisso, estudei mais sobre tropeirismo e realizei cursos sobre fogo no chão e qualidade das carnes, acabei me apaixonando e fiquei [no setor]”.
Contudo, em um cenário que por muitos ainda é visto somente como âmbito masculino, mulheres, como Carolina, frequentemente têm tomado a frente e mostrado que não há espaço para segregações. “[a participação] é muito importante, como em qualquer cenário. Eu sinto muito medo de mulheres, em relação ao churrasco, pensar ‘não faço porque tenho medo’, ‘não sei fazer’ porque já veio com essa mentalidade de que é só coisa para pai, irmão e namorado”.
“Com isso, muitas ficam realmente com medo. Acho que é necessário entender que não precisa sentir essa apreensão, somos capazes de fazer qualquer coisa que queiramos”, aconselhou, ao relembrar momentos dos quais passou por situações similares.
“Eu mesma já escutei muito ‘mulher não sabe fazer churrasco, isso é coisa de homem’. Isso é muito complicado e existe, precisamos quebrar esse preconceito. Às vezes você passa um orçamento para o cliente e ele acha que você tem de cobrar infinitamente mais barato porque é mulher. Pode estar oferecendo a melhor carne, preparos totalmente diferentes, mas por ser mulher não tem tanto valor assim”, relembrou ao destacar que está impondo o valor de que não há diferença de gênero no preparo, o que importa é o trabalho realizado e entregue.
Participação na web
Como as mídias sociais se tornaram vitrine para os diferentes profissionais, dentro e fora do setor, Carolina também marca presença. Inicialmente, os perfis da profissional eram utilizados para publicar os mais diversos conteúdos, hoje, são compostos pela rotina na produção culinária.
“Foi muito natural, tenho meu Instagram há anos e passei a postar mais sobre o meu dia a dia na área a partir do momento em que passei a viver mais a gastronomia. Foi algo orgânico, em todos os sentidos, seja em posts ou retorno dos seguidores”, explicou.
Ainda, para ela, ação fortalece a ideia de que setor é também para outras mulheres. “A partir do momento que uma mulher vê outra fazendo, isso encoraja, mostra que há possibilidades”.
Um bom churrasco:
Como conselho nesta data tão especial, a profissional deixou uma coisa bem clara na hora de produzir um bom churrasco: “Além de um bom material, de uma boa proteína, é preciso entender a brasa”.
“Não adianta nada ter o melhor e não saber como fazer. A partir do momento que entende a brasa, a funcionalidade dela, do fogo, é possível entregar um churrasco de boa qualidade, independente do material escolhido”, contou.
E para comemorar a data da melhor maneira possível, produzindo, Carolina deseja a todos mais união, pois é isso que o churrasco representa. “É [sobre] se unir, festejar e partilhar coisas boas”, finalizou.