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Lei europeia é vista como oportunidade para o Brasil

Encontro da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável debateu desafios e oportunidades com a implementação da lei europeia de desmatamento zero
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A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) realizou um encontro na última quarta-feira (9) para discutir os impactos da lei europeia antidesmatamento, conhecida como EUDR, que regula as importações de produtos associados ao desmatamento. O evento, chamado “Diálogo Inclusivo – Desafios da cadeia de valor da pecuária para atender ao EUDR”, reuniu representantes da cadeia produtiva de carne bovina, incluindo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), instituições de cooperação internacional e empresas do setor.

Com o Brasil liderando as exportações globais de carne bovina e um rebanho de 238 milhões de animais, a nova regulamentação europeia impõe desafios ao setor, especialmente em termos de conformidade ambiental e rastreabilidade. No entanto, o recente adiamento da vigência da lei, de dezembro de 2024 para dezembro de 2025 (para grandes empresas), foi visto como uma oportunidade para melhor adaptação, principalmente para pequenos produtores.

Os participantes do debate levantaram questões sobre as lacunas operacionais da EUDR, como a falta de clareza nos documentos exigidos e o papel dos governos nacionais na aplicação da norma. Alexander Rose, do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha, destacou que, “a lei, embora bem-intencionada, ainda apresenta riscos operacionais, com muitas perguntas sem respostas sobre sua implementação”, afirmou.

Reunião foi realizada online (Foto: Divulgação)

Por outro lado, Bruno Leite, representante do MAPA, vê a regulamentação como uma oportunidade para o Brasil se destacar no cenário global. “O país já possui um forte sistema de monitoramento do desmatamento e um arcabouço ambiental robusto, o que poderia ser uma vantagem competitiva para atender às exigências internacionais”, disse.

Lisandro Inakake, vice-presidente da Comissão Executiva da MBPS, ressaltou que a divergência de opiniões dentro do setor apenas reforça a necessidade de diálogos inclusivos e colaborativos para encontrar soluções que equilibrem as demandas do mercado internacional e a proteção ambiental.

Fonte: MBPS, adaptado pela equipe FeedFood.

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