O inverno no Hemisfério Sul começa no dia 20 de junho de 2024 e termina em 22 de setembro, trazendo consigo mudanças climáticas que impactam diretamente o setor agropecuário em todo o Brasil. Confira como as condições previstas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) afetarão a produção agrícola e pecuária em cada região do país.
Região Norte
O inverno na Região Norte será marcado por temperaturas acima da média e chuvas próximas ou abaixo da média. No extremo norte de Roraima, Amapá e noroeste do Amazonas, espera-se chuva acima da média. Para a criação de animais, como bovinos, a alta temperatura e baixa umidade podem aumentar o estresse térmico, reduzindo a produtividade e aumentando a necessidade de estratégias de manejo para manter o bem-estar dos animais. Além disso, a falta de chuva e a alta incidência de queimadas podem afetar a disponibilidade de pastagens.
Região Nordeste
No Nordeste, a previsão indica chuvas ligeiramente abaixo da média, com temperaturas acima da média em toda a região. Esta combinação pode dificultar a criação de animais, especialmente nas áreas de pastagem, onde a seca pode reduzir a disponibilidade de alimento. Para a avicultura e a suinocultura, o calor intenso pode aumentar a necessidade de sistemas de resfriamento para manter a saúde e a produtividade dos animais.
Região Centro-Oeste
O Centro-Oeste enfrentará um inverno seco, com chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média. A baixa umidade relativa do ar, com valores diários abaixo de 30%, pode agravar a ocorrência de queimadas e incêndios florestais. Para a pecuária, a seca prolongada reduz a qualidade das pastagens, aumentando os custos com suplementação alimentar. Para a agricultura, a falta de chuva pode afetar o desenvolvimento das culturas de segunda safra.
Região Sudeste
No Sudeste, espera-se um inverno com chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média, embora frentes frias possam causar quedas de temperatura e geadas em áreas de altitude elevada. Para a cafeicultura, geadas pontuais podem danificar os pés de café, afetando a produção. Na pecuária, a seca pode reduzir a disponibilidade de água e pastagem, aumentando os custos de produção.
Região Sul
A Região Sul deverá ter chuvas acima da média em partes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sudeste do Paraná, com temperaturas acima da média na maior parte da região. A incursão de massas de ar polar pode provocar geadas, especialmente em áreas de maior altitude. Para a produção de grãos, a chuva acima da média pode beneficiar as lavouras de inverno, como trigo e cevada. No entanto, as geadas podem ser prejudiciais para culturas sensíveis e para a pastagem, impactando a pecuária.
Previsões Oceânicas e Tendências Climáticas
A condição do fenômeno El Niño está em neutralidade, com a possibilidade de desenvolvimento do La Niña a partir de julho, o que pode intensificar as condições de seca e temperaturas extremas. Este cenário exige que produtores estejam atentos às mudanças climáticas e adotem estratégias de manejo eficientes para mitigar os impactos adversos no campo.
Fonte: MAPA, adaptado pela equipe FeedFood.
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