A pesquisa e o desenvolvimento de novas alternativas nutricionais são fundamentais para garantir a evolução sustentável da pecuária. Em linha com essa visão, a Embrapa conduz um estudo pioneiro que avalia o uso do farelo de mamona destoxificado como substituto do farelo de soja na alimentação de bovinos de corte. Além de explorar o potencial nutricional desse coproduto, o estudo investiga sua capacidade de reduzir as emissões de metano entérico, um importante objetivo para tornar a pecuária mais competitiva e ambientalmente responsável.
O farelo de mamona, que possui até 45% de proteína bruta, é uma opção promissora para ruminantes, especialmente por ser mais barato que o farelo de soja. No entanto, devido à presença da ricina, uma substância tóxica, o produto precisa passar por um processo de destoxificação para ser utilizado com segurança. Testes anteriores com pequenos ruminantes indicam que o farelo de mamona destoxificado pode ser incorporado na dieta desses animais sem causar danos à saúde.
Atualmente, os testes estão sendo realizados em bovinos de corte, em uma pesquisa conduzida em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Fêmeas da raça Brangus estão sendo alimentadas com diferentes níveis de inclusão de farelo de mamona, variando de 10% a 30% de substituição ao farelo de soja. O objetivo é determinar a segurança e a eficácia dessa alternativa nutricional, além de medir o impacto na emissão de metano, que é um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global.
Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso do farelo de mamona pode agregar valor à produção de mamona no Brasil, que até então utilizava esse coproduto apenas como fertilizante. Com os avanços nas pesquisas, o Brasil pode se consolidar como pioneiro no uso desse insumo na pecuária, oferecendo uma solução inovadora para o setor e, ao mesmo tempo, contribuindo para o cumprimento de metas ambientais internacionais.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.
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