Patrícia Bragante, de Ribeirão Preto (SP) | [email protected]
Glaucia Bezerra | [email protected]
Com foco em práticas sustentáveis e inovação tecnológica, o Encontro de Intensificação de Pastagens (EIP), realizado pela Scot Consultoria, reuniu nos dias 25 e 26 de setembro mais de 700 participantes em Ribeirão Preto (SP) e na transmissão on-line. Entre os congressistas estavam pecuaristas, instituições financeiras, órgãos governamentais e fornecedores da cadeia produtiva, interessados em debater o futuro da pecuária no Brasil.
Segundo Alcides Torres, engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria, o evento teve como objetivo principal disseminar informações estratégicas sobre o mercado pecuário. “No primeiro dia, tratamos do mercado de boi gordo, reposição, exportação e perspectivas de preços. Também apresentamos estudos de casos de pecuaristas que transformaram suas fazendas por meio da melhoria das pastagens”, afirma.
O segundo dia foi dedicado às técnicas de produção. Especialistas e professores renomados apresentaram aos pecuaristas sistemas de manejo modernos e sustentáveis. “Estamos orientando a adoção de práticas racionais, respeitando o clima e o poder financeiro de cada um, mas sempre com o foco em fazer a coisa certa. As margens na pecuária de corte são muito estreitas, e até o menor desperdício pode ser desastroso”, destaca Alcides.
Um dos temas centrais do evento foi a sustentabilidade, com destaque para os créditos de carbono. “Os créditos de carbono não vão enriquecer o fazendeiro, mas são uma possibilidade de renda adicional. Além disso, produzir de forma a conservar o carbono no solo melhora a produtividade”, explica, ressaltando que a adaptação aos novos sistemas de produção é um processo gradual, mas com potencial de crescimento até 2040.
A intensificação de pastagens, de acordo com analista da Scot Consultoria, é uma tendência que veio para ficar. “Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina, e a intensificação se tornou uma necessidade. Precisamos produzir mais em menos área, especialmente com a legislação ambiental rigorosa que temos”. Ele ainda explica que, no passado, o Brasil não tinha a mesma necessidade de intensificar a produção, uma vez que estava abrindo fronteiras agrícolas e contava com fertilidade natural um mercado externo menos consolidado do que hoje. “Com o crescimento da demanda interna e internacional por carne bovina, a produção precisa ser mais eficiente”.
O especialista também ressalta que o futuro da intensificação de pastagens dependerá do mercado. “Pois se precisaremos intensificar ao máximo ou apenas em níveis moderados, dependerá da demanda. O importante é produzir de maneira sustentável, com responsabilidade ambiental e garantindo que haja compradores para essa produção”, finaliza.
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