ARTIGO

Conteúdo

Elas são fonte de inspiração e empreendedorismo no agronegócio

Diana Jank e Flávia Brunelli são destaque na lista da Forbes Under 30
feedfood

Patrícia Bragante | [email protected]

As mulheres seguem alcançando espaços e, desta vez, a conquista foi de Diana Jank e Flávia Brunelli na mais recente lista da Forbes Under 30 com o agronegócio brasileiro. Unidas por determinação, ambas desafiam os limites do setor.

A Forbes Under 30 é uma lista anual da revista Forbes que reúne as personalidades mais influentes com menos de 30 anos em diversas categorias, como negócios, tecnologia, arte, esportes, ciência e empreendedorismo.

A lista foi criada para reconhecer jovens que alcançaram realizações notáveis e tiveram um impacto significativo nos campos de atuação, como uma fonte de inspiração para outros aspirantes também conquistarem grandes marcos em suas carreiras. E, para o Dia Internacional da Mulher de 2024, trazemos duas histórias inspiradoras para homenagear todas as mulheres que fortalecem o agronegócio brasileiro.

Diana, nascida e criada em uma fazenda produtora de leite Tipo A no interior do estado de São Paulo, que até então tinha certeza de que não iria entrar para o setor do agronegócio, se tornou publicitária em 2017 pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), trabalhando anteriormente apenas no ramo da moda.

Diana nasceu e foi criada em uma fazenda produtora de leite Tipo A no interior do estado de São Paulo (Foto: divulgação)

“Após um convite do meu tio para participar de todo o rebranding da nossa própria marca, a fazenda deixou de ser apenas minha casa para se tornar também meu local de trabalho, em 2018”, relata a jovem.

Atualmente, a publicitária de 28 anos atua como diretora de Marketing na Letti A² junto com a irmã mais velha, Taís Jank. Ao lado do pai, do avô e do tio, as irmãs são a quarta geração da família a participar da gestão da marca, que faz parte da empresa Agrindus, fundada em 1945.

“Este ano completei seis anos na empresa. Conectar o campo e o consumidor final, por meio de uma produção de alimentos com propósito e histórias verdadeiras, segue fazendo parte do que eu acredito”, celebra a diretora de Marketing da Letti – empresa familiar de quase 80 anos.

Para Diana, o agronegócio brasileiro precisa de pessoas bem intencionadas e preparadas para defendê-lo e perpetuá-lo de forma íntegra. “Não podemos esquecer que comer é um ato político e espiritual. Fazer parte da cadeia de produtores de alimentos é carregar essa responsabilidade com o outro, com os animais e com o planeta”, reforça.

Atualmente, Diana atua como diretora de Marketing na Letti A² (Foto: divulgção)

Além de incentivar cada vez mais jovens a olharem para esse mercado com a potência que ele merece e necessita, a primeira edição da Forbes com o agronegócio sendo oficialmente uma das categorias analisadas, proporciona visibilidade e destaque para o setor.

É o caso de Flávia Brunelli. Seguindo a tradição da criação familiar de quatro gerações italianas de suínos, ela fundou há seis anos a Del Veneto, empresa pioneira no Brasil em cortes especiais de suínos, e criou uma linha com diferentes finalidades para o uso da proteína.

“Me sinto muito honrada e feliz de estar levando o setor para outros patamares. É um grande prazer ser reconhecida pela Forbes, ainda mais ao levar a suinocultura pela primeira vez para a lista”, comemora a empresária.

O avô de Flávia, Umberto Brunelli, veio para o Brasil com 20 anos de idade, buscando trabalho e um lugar que pudesse recomeçar a vida após a 2ª Guerra Mundial. Chegando em território nacional, fortaleceu a criação de suínos.

Flávia dá continuidade à história familiar de 90 anos (Foto: divulgação)

Além de fazer diversos cursos sobre carnes, a empresária estudou gastronomia nos Estados Unidos, Europa e Argentina, retornando para o Brasil em seguida para dar continuidade à história familiar de 90 anos.

A gastrônoma considera a conquista um grande avanço para a suinocultura e para o setor no geral. “É um animal que tem um valor nutricional, sabor e qualidade inestimável, mas que o público ainda não valorizava tanto”, afirma e completa: “Nós viemos sofrendo e evoluindo por anos para desmistificar e mudar a visão que as pessoas têm sobre a carne suína”.

Segundo Flávia, começar um negócio do zero, formar equipe, desenvolver produtos, lidar com todas as dificuldades e os erros da cadeia, não é algo fácil. O processo é árduo, cansativo e longo.

“Eu levo Deus como meu principal mentor, tendo sua fé exercida em alguma coisa que faça sentido acreditar. Os desafios são muitos, mas se temos algo que nos faz querer acordar, com um propósito claro para sair da cama nos dias difíceis, esse é o caminho”, finaliza Flávia.

“Me sinto muito honrada e feliz de estar levando o setor para outros patamares”, celebra Flávia (Foto: divulgação)

LEIA TAMBÉM:

Milho e soja fazem agro impulsionar PIB brasileiro

Primeira mulher a assumir direção da Esalq recebe homenagem da Forbes

Piscicultura brasileira dribla dificuldades e cresce produção em 2023