Gabriela Couto, da redação
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Para apresentar os números alcançados em 2022, time de especialistas do negócio de ruminantes da DSM realizou coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (07). O evento híbrido, com foco em pecuária de leite, corte e confinamento, ocorreu de forma presencial, em São Paulo (SP), e on-line.
Durante a apresentação, a equipe falou sobre mercado, as tecnologias utilizadas, expansão e consolidação da marca, assim como também pontuou ações de sustentabilidade e expectativas para 2023.
Sobre o mercado do boi gordo, representantes da empresa afirmam que o ano foi desafiador. Houve um aumento de oferta, com maior abate de fêmeas (ciclo pecuário) e um aumento de 5% no total de abates. Maior velocidade no ciclo de baixa de preços para todas as categorias animais.
E, apesar do impacto na rentabilidade do negócio de todas as atividades pecuárias, as exportações de carne bovina bateram recorde, somando 190 mil toneladas em outubro, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex).
Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ESALQ – USP, divulgada pela DSM, o mercado doméstico do boi gordo deve fechar o ano com 25,07 kg per capita (-1%).
Na cadeia do leite, porém, a pecuária foi prejudicada pelo fenômeno La Niña, que provocou uma entressafra antecipada, com custos de produção elevados que atingiram o produtor. Mesmo assim, a oferta tende a melhorar no final do segundo semestre, com recuperação da produção e com a maior importação de laticínios.
O vice-presidente do negócio de Ruminantes da DSM para a América Latina, Sergio Schuler, afirmou durante o encontro que a pecuária de corte e de leite são essenciais para o desenvolvimento do Brasil. “Mais uma vez, a pecuária de corte e de leite se mostraram essenciais para o desenvolvimento do nosso País. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, afirmou.
O Censo de Confinamento de 2022 da DSM, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado da empresa, registrou 6,95 milhões de bois confinados, tendo um aumento 4% sobre os 6,69 milhões mapeados pela equipe em 2021.
O rebanho de animais confinados neste ano apresenta uma alta significativa de 46% frente ao primeiro levantamento, feito em 2015, que registrou 4,75 milhões de bovinos produzidos no sistema intensivo de produção, como mostram os dados divulgados pela empresa.
“O confinamento é uma ferramenta estratégica e uma tendência que contribui para melhorar a produtividade do rebanho. Os pecuaristas brasileiros estão percebendo isso e se movimentando para adotar as altas tecnologias que temos disponíveis no mercado, ao mesmo tempo em que adequam as suas fazendas para receber essas soluções”, comentou o gerente técnico Latam de Confinamento da DSM, Hugo Cunha.
DSM e sustentabilidade
A empresa também falou sobre sustentabilidade, destacando o Bovaer, novo aditivo que reduz o metano emitido pelos ruminantes e que vem ganhando destaque nos mercados internacional e doméstico. Um teste feito na Universidade Estadual Paulista (Unesp) conduzido em 2016/2017, mostra redução de até 55% de emissão de metano produzido na digestão dos ruminantes e eliminado por eructação (arroto). Com esse resultado, o aditivo se comprova como uma tecnologia potente para reduzir a pegada de carbono da pecuária de corte e de leite, sendo uma das grandes apostas da empresa.
O vice-presidente Sergio Schuler do negócio de ruminantes contou que um dos grandes passos da DSM em 2022, foi a aquisição a Prodap, empresa brasileira que combina tecnologia, serviços de consultoria e soluções nutricionais personalizadas para impulsionar a eficiência e a sustentabilidade na criação de animais.
“Com a integração da operação da Prodap, passamos a fortalecer o desenvolvimento de soluções digitais para alcançar mais mercados globalmente e um maior número de espécies de animais. Muitos clientes do negócio de Ruminantes da DSM já vêm sendo atendidos com as tecnologias desenvolvidas e fabricadas pela companhia, com a atenção para os serviços da Prodap. Tudo isso em uma mesma unidade de negócios, que já conta com a confiança do produtor rural brasileiro em ambas as frentes, a de produtos da DSM e a de serviços da Prodap”, complementou Schuler.
Um novo ano
Para o ano 2023, a equipe da DSM também destacou que espera um ano de incertezas para o setor, mas com desenvolvimento e uso de tecnologias e maior concentração na produção agropecuária.
Quando o assunto é o segmento leiteiro, a companhia tem perspectivas de demanda ainda fragilizada, com o La Niña afetando o primeiro trimestre e custos ao produtor ainda elevados. Já sobre os bovinos de corte, a demanda externa vai continuar aquecida, com câmbio favorável. E apesar disso, a demanda interna ainda vai seguir sendo impactada, com possível melhora nesse final de ano e ao longo do próximo.
“Teremos maior oferta de animais, o que inclui maior abate de fêmeas. Isso vai refletir diretamente na produção, que vai aumentar a partir desse ano, mas se prolongando principalmente em 2023 e 2024”, finaliza Schuler.
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