Wellington Torres, de casa
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De maneira robusta, o agronegócio brasileiro é formado por diferentes setores e profissionais. Entre eles, àqueles que comemoram nesta terça-feira (21) o Dia do Fazendeiro.
Responsáveis pela produção de alimentos para os mercados internos e externos, sãos eles os gestores do campo, como pontua o diretor geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio, Rodrigo Capella, autor de diversos livros e artigos sobre agronegócio publicados no Brasil e no exterior.
“[Os fazendeiros] se preocupam com produtividade, rentabilidade e sustentabilidade. Dentro deste contexto, utilizam com intensidade técnicas de preservação, como a ILPF (Integração Lavoura Pecuária Floresta), sistemas contra queimadas nas propriedades, preservação de nascentes, etc.”, destaca Capella.
No entanto, a imagem dos indivíduos que compõem esse pilar de suma importância para o setor pode não ser tão atrativa socialmente, o que segundo Rodrigo, ocorre pelo desafio em que enfrentam para comunicar as ações realizadas – e citadas anteriormente.
“Hoje, alguns fazendeiros são vistos como vilões porque, em alguns aspectos, falta uma comunicação mais certeira com a sociedade. Destacar a preocupação com a qualidade da proteína animal, a responsabilidade ambiental e origem dos alimentos é importantíssimo”, afirma o diretor, ao avisar que “o produtor rural que não defender uma causa importante para a sociedade será sempre criticado por ela”.
Para mudar isso, profissional indica algumas ações. São elas: Utilização, juntamente com varejistas, de sistemas de rastreabilidade que comprovem a origem da proteína animal e das boas práticas produtivas; Divulgação, via ferramentas de comunicação e de marketing, de ações realizadas para a preservação do meio ambiente e de todo o ecossistema, mostrando como esse cenário contribui para a produção sustentável e criação de iniciativas para mostrar que a produção de proteína animal é de excelente qualidade e que é fundamental para a boa qualidade de vida e da promoção da saúde.
“O produtor rural está defendendo mais causas, entende com primazia as necessidades de mercado e também está totalmente preocupado com o bem-estar do consumidor final”, conta o diretor.
Agronegócio e a conectividade do século 21
Ao ser questionado perante o uso da internet e mídias sociais como ferramentas de aproximação entre fazendeiros e consumidores, Rodrigo às caracterizam como grandes aliadas da comunicação e indica alguns passos a serem seguidos: “Divulgue curiosidades do seu produto. Quanto tempo demora uma engorda? Quais as etapas da produção de ovos?; Divida momentos positivos, que sejam agradáveis para seus seguidores. O nascimento de um filhote, uma árvore que está nascendo etc. Invista em vídeos curtos e objetivos. Eles darão amplitude e dinamismo; Explique as suas atividades diárias e mostre as suas preocupações com sustentabilidade e meio ambiente; Divulgue suas certificações ambientais e as práticas que contribuíram para você obtê-las e diversifique. O público das redes sociais é amplo. Compartilhe conteúdo diverso, em diversos formatos. Surpreenda”, pontua.
Como também explica o profissional, o marketing bem executado é fundamental para aproximação efetiva. “O produtor rural precisa intensificar a divulgação de suas ações, construindo uma sólida estrada entre a sua propriedade e a sociedade”.
Em uma pesquisa realizada pela Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio, com a participação de 60 produtores, sobre sucessão familiar e marketing foram apontados os seguintes dados: “73,3% dos produtores rurais estão passando ou passaram recentemente por um processo de sucessão familiar e 59.6% dos produtores rurais entrevistados estão dando mais prioridade para as ações de marketing”.
“Acredito que isso ocorra porque os produtores entendem. de forma mais consistente, a importância do marketing e as novas gerações de produtores estão impulsionando diversas iniciativas nas propriedades”, afirma Capella.
De olho no futuro: Prepara-se para o diálogo constante e consistente
Para o futuro dos fazendeiros, Capella deixa claro que é importante sempre ter em mente que o agro brasileiro será cada vez mais interativo, comunicativo e participativo. Sendo assim, “a sociedade e todos os integrantes do ecossistema produtivo irão se relacionar de forma ampla e impactante”.
“Além do diálogo, a tecnologia, a sustentabilidade e a saúde pública estarão no centro do agronegócio brasileiro. Foque cada vez mais na demanda real dos consumidores. Os consumidores se preocupam com a origem dos alimentos e com o fortalecimento do bem-estar. Estes temas estão conectados com saúde pública e sustentabilidade. Para atuar com referência neste cenário, implemente ações de marketing e adote tecnologias”, finaliza o profissional.