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De Heus destaca papel social e econômico do ovo

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Do ponto de vista nutricional, o ovo é, sem dúvidas, um alimento completo – ficando atrás apenas do leite materno – além de ser a proteína de maior valor biológico que existe por apresentar muitos dos nutrientes que o nosso organismo precisa. Essa afirmativa está estabelecida entre médicos, nutricionistas e a população em geral, que se encontra cada vez mais preocupada em adotar uma alimentação saudável. Esta mudança na percepção do consumidor ao longo da última década, fez com que a produção de ovos aumentasse de 24,2 bilhões de unidades em 2005 para 53 bilhões de ovos em 2020, com estimativa de produção de 56 bilhões de ovos para o ano de 2021, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Hoje, o consumo per capta de ovos no Brasil é de 251 ovos por ano, o que representa um aumento de 8,5% em relação a 2019 e de surpreendentemente 167% nos últimos 20 anos.

Quando olhamos mercados externos como o do México – com quase 390 ovos de consumo/habitante/ano – temos a noção do quanto o Brasil ainda pode crescer em termos de consumo e para isso, torna-se necessário o constante incremento da produção para atendermos à forte demanda interna e cada vez mais, a de outros países, visto que nosso volume de exportação ainda é tímido quando comparado ao de outras proteínas animais, como por exemplo a carne de frango, onde figuramos entre os maiores exportadores do mundo.

Os benefícios do consumo de ovos na saúde

O ovo faz parte da alimentação humana desde a pré-história e nos dias de hoje é considerada a proteína animal mais acessível à população. Atualmente, é um alimento recomendado na introdução alimentar dos bebês, por conter nutrientes como vitamina D, cálcio e magnésio, fundamentais no processo de desenvolvimento dos ossos.  No ovo encontramos dois carotenoides, a luteína e zeaxantina, que possuem ação antioxidante e combatem radicais livres. Além disso, a luteína estimula a formação do osso e suprime os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. O ovo também contém um aminoácido chamado leucina, que promove a síntese de massa muscular, auxiliando na manutenção da integridade estrutural do osso (IOB).

Diversos estudos vêm sendo publicados comprovando a ação benéfica dos nutrientes presentes no ovo em vários aspectos da saúde humana. Em estudo recente publicado na revista Heart, os pesquisadores afirmam que consumir um ovo por dia reduz 26% os riscos de hemorragias cerebrais, 28% de risco de morte por derrame, 18% de chances de morte por doenças cardiovasculares e menor risco de doença arterial coronariana.

Com os benefícios do consumo de ovos sendo exaltados por médicos e nutricionistas, tem-se visto o crescimento de um público cada vez mais exigente, pressionando a necessidade de novas linhas de produtos com maior valor nutricional agregado, os chamados ovos “enriquecidos” com alguns nutrientes muito importantes para o bom funcionamento do organismo. Basicamente é feita a mudança na fonte de lipídeos da dieta, que são os casos de ovos enriquecidos com ômega 3 e 6 ou um maior aporte de vitaminas e minerais específicos, como o selênio e a vitamina E. O benefício do enriquecimento de ovos com nutrientes específicos via dieta das aves também é recomendado para a redução de carências nutricionais em determinada faixa etária da população, como por exemplo, os idosos.

O ovo e o seu papel social e econômico

Além dos benefícios na nossa saúde, o ovo assume um papel social e econômico de grande impacto. O aumento progressivo no consumo de ovos vem sendo relacionado à redução dos índices de desnutrição e subnutrição em vários países. Por ser uma alternativa de proteína animal mais barata, diversos projetos têm sido encabeçados tendo as galinhas como foco principal para viabilizar o acesso dos mais pobres a uma alimentação proteica. Segundo Bill Gates, o fundador da Microsoft, “A solução para a fome na África e no mundo inteiro sempre esteve por aí e bota ovos!”. O bilionário entusiasta está colocando em prática um projeto para fomentar a criação de galinhas em comunidades carentes da África doando mais de 100 mil aves para a produção de ovos.

No Brasil, o que se vê na prática são associações de produtores e cooperativas trabalhando de forma cada vez mais coordenada para otimizar e economizar recursos nas etapas de produção e comercialização, como a compra conjunta de insumos, venda dos produtos, contribuindo assim, para o fortalecimento da cadeia produtiva.

Por fim, etapas da produção como o processamento, transporte e a comercialização contribuem para a geração de empregos, servindo como fonte de renda para a famílias que vivem na cidade e no campo, o que faz com que a avicultura seja o ramo da agropecuária que mais gera postos de trabalho no Brasil.

Referências:

Benefícios do Ovo para a Saúde das Crianças, IOB. Disponível em https://www.ovosbrasil.com.br/ovos-brasil-informa.

J David Spence; David Jenkins. Cardiovascular benefit of egg consumption is most unlikely Heart. 2018.

Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Disponível em www.apba-br.org    

Como Bill Gates quer usar galinhas para reduzir fome na África – e os prós e contras desse plano. Disponível em ://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2016/06/09/como-bill-gates-quer-usar-galinhas-para-reduzir-fome-na-africa—e-os-pros-e-contras-desse-plano.htm

Marques, M. F. et al. Fortificação de alimentos: uma alternativa para suprir as necessidades de micronutrientes no mundo contemporâneo. HU Revista, Juiz de Fora, v. 38, n. 1, p. xx-xx, jan./mar. 2012.

Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.

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