Em 2020, mesmo com pandemia, foram mais de 61 mil novos postos de trabalho
Terceiro maior empregador do Brasil, atrás da construção civil e da indústria em geral, o campo respondeu por 43% das 142.690 contratações na economia brasileira no ano passado. Foi o melhor desempenho do setor agropecuário na última década.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a geração de empregos reflete o bom desempenho de todos os indicadores econômicos do setor. Em um cenário de forte demanda externa por commodities agrícolas e cotações recorde desses produtos, o PIB do agronegócio e o valor bruto da produção cresceram.
As exportações do agronegócio, por sua vez, ficaram acima de US$ 100 bilhões. “O setor conseguiu reagir logo no início na pandemia e se saiu bem, apesar dos pesares. Isso se refletiu em todos os indicadores econômicos. Com a geração de emprego não foi diferente”, diz Paulo Camuri, assessor técnico do Núcleo Econômico da CNA.
Mesmo com a pandemia, foram 61.637 novos postos de trabalho. Em 2011, quando o saldo foi de 85,5 mil, o crescimento foi generalizado: foram mais de 2 milhões de postos de trabalho no País (Foto: Valor Econômico)
Os custos de produção também aumentaram, mas o campo foi dinâmico para ampliar seu protagonismo na abertura de vagas, pontuou: “Não necessariamente a margem está muito confortável para o produtor, mas foi um ano de dinâmica econômica muito boa para o setor”.
Os números na pecuária são expressivos, mas não uniformes. A criação de gado de corte gerou 11.044 vagas, e a de vacas leiteiras, 566. A explicação para a diferença é a estrutura do segmento de leite, dominado, em geral, por pequenos produtores, que mantêm atividade familiar. Na avicultura, o destaque é a produção de ovos, com 2.849 empregos
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pela CNA, três em cada quatro vagas criadas no setor agropecuário estão na região Sudeste. No Estado de São Paulo, que dominou a geração de emprego no campo, foram 46.475 novos postos.
Fonte: Valor Econômico, adaptado pela equipe feed&food.