Natalia Ponse
A Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (COBEA) surgiu como uma resposta aos desafios do setor de proteína animal, com o objetivo de promover práticas sustentáveis e éticas. É o que aponta Elisa Tjarnstrom, coordenadora da COBEA, destacando que a ideia nasceu após o primeiro Simpósio da Produtor do Bem, realizado em abril do ano passado.
“A partir das discussões daquele primeiro evento percebemos o interesse e o potencial na criação de uma iniciativa da indústria envolvida com proteína animal, para trazer soluções e facilitar avanços do setor em termos de bem-estar animal”, explica Elisa.
A COBEA tem como principais objetivos abordar coletivamente as barreiras sistêmicas à melhoria do bem-estar animal e acelerar o progresso nas principais questões. “As empresas que se associarem à entidade poderão se reunir para compartilhar experiências e desafios, e identificar possíveis soluções e áreas, saindo de um status reativo e passivo para um status proativo e colaborativo sobre as questões de bem-estar animal”, detalha Elisa.
Para operacionalizar seus planos, a iniciativa pretende envolver diferentes atores da cadeia produtiva e da sociedade civil. “Planejamos nos reunir regularmente para discutir desafios e identificar as chaves necessárias para a indústria, propondo medidas práticas para aumentar o bem-estar do animal”, afirma Elisa.
Empresas do setor alimentar, como produtores, fabricantes, serviços de alimentação, restaurantes, varejistas e até empresas de pet food, são elegíveis para aderir à iniciativa.
A curto e longo prazo, a COBEA espera alcançar resultados significativos em termos de bem-estar animal e práticas sustentáveis. “Esperamos melhorar o entendimento e ajudar priorizar esforços em termos de bem-estar animal no nível nacional, destacar melhores práticas bem como demonstrar globalmente a proatividade das empresas brasileiras neste contexto”, comenta Elisa.
Promover a colaboração entre as empresas e organizações interessadas em bem-estar animal é um dos pilares. “A iniciativa atuará como uma plataforma e interface para possibilitar o diálogo com organizações dentro e fora do Brasil, facilitando a colaboração entre elas”, destaca Elisa. Isso permitirá que as ações e iniciativas das empresas sejam destacadas, demonstrando o interesse crescente no bem-estar animal e promovendo uma abordagem proativa para melhorias, complementa.
A COBEA foi criada como uma associação independente sem fins lucrativos: “O primeiro grupo de empresas foi estabelecido e será revelado em breve, mas outras empresas interessadas poderão aderir nos próximos meses”.
Para ela, a colaboração é essencial para o avanço em direção a práticas mais sustentáveis que incluam integralmente o bem-estar animal. “Sabemos que estas são questões complexas e que as empresas são limitadas no que podem alcançar individualmente. São necessárias mudanças sistêmicas em que todos contribuam, e só trabalhando em conjunto poderemos avançar”, finaliza.
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