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Brasil é o maior exportador de frango do mundo – e o mérito é do produtor

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Natália Ponse, da redação

natalia@ciasullieditores.com.br

A vocação é quando um talento encontra a necessidade do mundo. Essa é a palavra que traduz a representatividade do Brasil no mercado global com relação à exportação de carne de frango. O “celeiro do mundo” é o principal fornecedor do produto, enviando para mais de 160 países o resultado das mãos dos avicultores brasileiros.

Para eles vão, aliás, os louros dessa boa fama. A procura por tecnologia e alternativas genéticas, nutricionais e sanitárias é fundamental para que a produtividade cresça e a demanda global seja atendida. Para corresponder aos padrões de exigência e qualidade internacionais, o trabalho começa na granja. Esta é uma atividade globalizada, e o avicultor, que tem seu dia celebrado em 28 de agosto, já entendeu isso.

Um dos pontos mais importantes que ajudaram a atividade a evoluir e alcançar o atual patamar foi o investimento em tecnologia de ambiência. Hoje, aplicativos e computadores trabalham com sensores nos galpões para medir temperatura, umidade, ventilação, amônia, entre fatores. Essa e outras informações são concedidas pelas integradoras (no caso do avicultor industrial) e por meio da internet e rede de contatos do avicultor independente.

A web, inclusive, é hoje uma das principais plataformas para se encontrar novidades e dados para a avicultura. “Antes eles ligavam, mandavam carta para as universidades, mas isso ficou no passado. No lugar da carta continuaram os telefonemas e ainda surgiram os e-mails. Boa parte dos produtores busca informação, sozinho, na internet”, explica o professor da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP, Piracicaba/SP), Vicente José Maria Savino, que possui forte atuação em sanidade avícola e melhoramento de aves.

Seguindo essa linha de pensamento, o diretor Técnico Divisão Aves da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, São Paulo/SP), Ariel Antônio Mendes, ressalta a importância dos meios de comunicação on-line na seleção de conteúdos. “Esses canais fazem a triagem do que é importante de fato para o produtor, o que é verdade e o que está disponível comercialmente”, salienta.

Além disso, outra fonte de conhecimento para o avicultor fica dentro de casa. “No passado, como não tínhamos acesso à tecnologia de forma fácil, com celulares e internet, busquei conhecimento em pessoas como meu pai. Ainda hoje com 60 anos ele trabalha no ramo, então como praticamente nasci no aviário, meu conhecimento vem de família mesmo”, relembra o avicultor Cristiano Bordignhon de Oliveira, da Granja Gilberto Teston, localizada em Siderópolis (SC).

Ele conta que a busca por informação sempre ajuda o rendimento no final do lote. “Minha perspectiva de futuro é que, a cada dia, o setor cresça mais, com a ajuda da tecnologia para aprimorar nosso trabalho e a qualidade dos nossos produtos”, diz, mas lamenta a queda nos resultados do ano: “com muitas crises políticas e financeiras deu uma caída em vendas e na produção da minha região”.

Esse cenário deve mudar, na opinião do representante da ABPA. Apesar dos problemas com exportação em decorrência da Operação Carne Fraca, o fechamento do primeiro semestre foi satisfatório: “O grande diferencial deste ano é o custo de produção, já que o milho está bem mais barato que o ano passado e estamos com alta disponibilidade do grão. Com os empregos voltando e o poder de compra do consumidor em crescimento, vamos terminar 2017 como um ano positivo”. O executivo ainda cita o potencial de mercados como a China, Rússia e Índia para incrementar os números do período.

Outro nicho que pode ajudar o avicultor a “se encontrar” no mercado é o de orgânicos. De acordo com o professor da Esalq, que atua nesta área, é um nicho pequeno, mas que está crescendo aos poucos. “É mais caro de produzir, precisa de mais espaço, mas é tudo uma questão de mercado: se tiver gente querendo comprar, aparecem os produtores para suprir. É a lei da oferta e procura”, reforça.

A Ourofino Saúde Animal presta sua homenagem aos avicultores que fazem do Brasil o maior exportador de carne de frango do mundo (Vídeo: divulgação)

Fonte inesgotável. Além da internet, meio acadêmico e familiares, os eventos organizados pelo setor também são ótima fonte de conhecimento. O Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), que será realizado entre os dias 29 e 31 de agosto em São Paulo (SP), organizado pela ABPA, reunirá os líderes e porta-vozes de novidades e do mercado. Oliveira acredita que eventos como o Siavs auxiliam na aprendizagem. “Conhecimento de tecnologia e outros ajudam, pois a cada ano surgem novas mudanças, tanto com as granjas em si quanto com relação aos frangos”, pontua.

Para apoiar os agentes transformadores da avicultura (os produtores), a ABPA organiza o “Projeto Produtor” dentro do evento. Nele, profissionais integrados da avicultura, suinocultura e ovos são recebidos por palestras específicas para cada segmento. No momento são mais de 1.200 confirmados, vindos de várias regiões brasileiras. “Além de assistirem às palestras, eles conhecem o que tem de novo por meio da feira, ampliando o seu conhecimento, e também fazendo contatos, trocando experiências com outros produtores”, comenta o diretor Técnico Divisão Aves da associação. O projeto, completamente gratuito, exige apenas inscrição prévia, que deve ser realizada pelo e-mail maia@abpa-br.org.

Esse e outros temas que estarão em pauta devem contribuir com a formação do produtor de hoje e do futuro. Afinal, os avicultores brasileiros precisam continuar alimentando o mundo. 

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