Em 2024, o agronegócio paulista alcançou recordes históricos, mesmo enfrentando desafios climáticos. O estado liderou as exportações do agro brasileiro, representando 18,6% do total, com um superávit de R$140 bilhões até novembro, superando o ano anterior em 10%. Além disso, a Secretaria de Agricultura de SP disponibilizou R$290 milhões em crédito rural, a maior liberação já registrada, abrangendo seguro rural, pagamento por serviços ambientais e subvenções para projetos como o Pró-Trator. A regularização fundiária também foi um marco, com 130 mil hectares regularizados em 2024, promovendo segurança jurídica e desenvolvimento em regiões conflituosas como o Pontal do Paranapanema. Com o processo de titulação da terra, a líder quilombola Selma França já reconhece mudanças para a sua comunidade, o quilombo Nhunguara, que fica entre os municípios de Iporanga e Eldorado.
“A nossa comunidade é bem extensa, com 8.500 hectares de terra. Somos, aproximadamente, 140 famílias. Antigamente, tínhamos um espaço disponível e não podíamos aproveitá-lo. Agora, temos o projeto Viveiro, voltado para o turismo, possibilitando um futuro melhor para nós”
O compromisso ambiental avançou significativamente, com SP alcançando 100 mil Cadastros Ambientais Rurais (CAR) validados e destacando-se na produção de energia renovável. O estado responde por quase 40% do etanol brasileiro e investe em biogás e biometano, alinhado ao Plano Estadual de Energia 2050, que projeta R$20 bilhões em investimentos privados. Para enfrentar a estiagem e incêndios que causaram prejuízos de R$2 bilhões, o governo ampliou o seguro rural e lançou o programa Irriga + SP, com R$200 milhões destinados à irrigação sustentável, energia fotovoltaica e agricultura de precisão.
A inovação e o fortalecimento das cadeias produtivas marcaram o ano. Entre as iniciativas, o estado investiu em pesquisas para combater o greening no setor citrícola, financiou pequenos produtores e incentivou a participação feminina no agro com o FEAP Mulher. A promoção de produtos como cafés e cachaças ganhou destaque com concursos estaduais, enquanto o enoturismo foi fortalecido pelo Programa Rotas do Vinho. Além disso, a criação do AptaHub promoveu a inovação científica e tecnológica, consolidando SP como referência em tecnologia agropecuária.
Na pecuária, SP implementou ações pioneiras, como o Sistema de Identificação Individual de Bovinos e Bubalinos (SIRBOV-SP) e um modelo de bem-estar animal que substitui a marcação a fogo por um bottom para vacinas contra brucelose. O estado também alcançou o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação e instituiu o FUNDESA-PEC para ressarcir pecuaristas em casos de surtos. A modernização administrativa incluiu a aprovação do Passaporte Equestre, simplificando o transporte de equinos. Essas iniciativas consolidaram São Paulo como um dos maiores polos do agronegócio sustentável no Brasil.
Fonte: SAA, adaptado pela equipe FeedFood.
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