Em coletiva virtual realizada nesta semana, para celebrar os 48 anos da Embrapa, o presidente da Empresa, Celso Moretti, anunciou que, para cada real investido pelo Governo Federal, a Embrapa devolveu à sociedade R$ 17,11 reais, obtendo um lucro social de R$ 61,85 bilhões.
Como é calculado
O valor é obtido a partir do cálculo do impacto econômico de uma amostra de apenas 152 tecnologias adotadas pelo agronegócio brasileiro e de 220 cultivares desenvolvidas pela Empresa. Moretti também apresentou os novos lançamentos tecnológicos.
“A pesquisa agropecuária feita na Embrapa não parou, superamos as dificuldades com sucesso e continuamos fazendo entregas importantes para a agricultura brasileira. Temos resultados de impacto para mostrar”, destacou Celso Moretti, ao anunciar na semana que a Empresa completa 48 anos de existência os resultados do Balanço Social 2020.
2020: um ano de incertezas
Moretti afirmou que 2020 foi um ano difícil para a Empresa, causado por restrições orçamentárias e pela pandemia da Covid-19. No entanto, a Embrapa mostrou ser possível continuar fazendo importantes entregas para a sociedade brasileira e os dados do Balanço Social demostram este alcance de resultados.
“A partir do cálculo do impacto econômico do uso de 152 tecnologias, geramos R$ 56 bilhões, além de mais R$ 4 bilhões gerados a partir das 122 cultivares que colocamos à disposição do produtor brasileiro de frutas, hortaliças, soja, trigo, algodão, entre outras culturas, e mais R$ 1 bilhão calculado a partir dos indicadores sociais e laborais”, detalhou Moretti ao falar sobre os resultados do Balanço Social de 2020, que gerou um lucro social total de R$ 61,85 bilhões.
Novas tecnologias para a aquicultura e agricultura.
Celso Moretti também anunciou que a Empresa está colocando no mercado mais seis novas tecnologias para uso nas próximas safras agrícolas e na aquicultura. Entre elas está o bioinsumo Auras, bioproduto feito com uma bactéria encontrada no mandacaru, espécie de cacto comum no semiárido brasileiro, que promove maior resiliência e capacidade de adaptação das plantas ao estresse hídrico. Os primeiros testes estão sendo feitos com o milho, mas a intenção é ampliar para outras culturas.
“As tecnologias que apresentamos abarcam diferentes cadeias produtivas e demonstram como a Embrapa está presente em todo o território brasileiro, de Boa Vista, no hemisfério Norte, à divisa com o Uruguai, no Rio Grande do Sul. Na Amazônia, com nove centros de pesquisa, na Caatinga, no Pantanal, no Pampa, na Mata Atlântica e no Cerrado”, destacou o presidente da Embrapa. “São tecnologias escolhidas a dedo para os 48 anos da Empresa e estão relacionadas às cadeias produtivas da soja, do leite, do algodão, do açaí, à aquicultura e também à bioeconomia, com o lançamento do bioproduto Auras. Eu não tenho dúvidas que este bioproduto irá transpor as fronteiras do Brasil e ajudará diferentes culturas na convivência com a seca, como é o caso do Semiárido brasileiro”, complementou.
O presidente falou também sobre a Plataforma Aquaplus – conjunto de soluções simples, práticas e inovadoras, desenvolvidas ou em desenvolvimento pela Embrapa, para qualificação, manejo e melhoramento genético de espécies aquícolas. Ele destacou, no âmbito da Plataforma, o lançamento do VannaPlus, ferramenta genômica que irá auxiliar a cadeia produtiva do camarão cinza em programas de melhoramento genético.
Contribuições para a descarbonização da agricultura
A Embrapa está fortalecendo sua atuação na descarbonização da agricultura e passa agora a contribuir com o Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, (ABC+), lançado em abril deste ano, pelo Mapa, com vigência até 2030. O Plano ABC + foi elaborado com base em estudos científicos e participação ativa da Embrapa.
“Trata-se da atualização do Plano ABC, executado de 2010 a 2020, que se tornou referência mundial de política pública para o setor agropecuário”, explicou. De acordo com Moretti, além das tecnologias do Plano ABC, entre elas, a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN), o Plantio Direto, o Tratamento de Dejetos, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a Embrapa passou a investir também em pesquisas para a produção da linha Carbono Baixo, como a marca-conceito carne carbono neutro, lançado no ano passado. Agora, estamos iniciando a pesquisa para a produção de leite de baixo carbono”, anunciou Moretti.
Ao abordar as pesquisas com a produção de leite de baixo carbono, Moretti explicou que a Embrapa firmou parceria com uma multinacional para o desenvolvimento de calculadoras de emissões de gases de efeito estufa para contabilizar emissões de carbono tanto para o gado produtor de leite a pasto quando para o gado produtor de leite em espaços confinado, e em diferentes biomas.
O presidente destacou o lançamento recente do programa de pesquisa para a obtenção da soja de baixo carbono que será um diferencial no mercado mundial de soja. “Na mesma linha, estamos pesquisando o algodão de baixo carbono. Estados Unidos e Austrália já vem trabalhando com protocolos de baixo carbono para o algodão”, explicou, lembrando que estão em curso pesquisas para a produção do café de baixo carbono.
Ele ainda lembrou a responsabilidade do Brasil como seguidor do acordo de Paris em relação a diminuição da emissão de gases de efeito estufa e explicou os processos na agropecuária brasileira. A fixação biológica de nitrogênio, que substitui o adubo nitrogenado, o plantio direto, a carne de carbono e o leite de baixo carbono neutro foram todos exemplos dados pelo presidente de atividades e produtos que diminuíram consideravelmente a emissão de carbono.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe feed&food.
LEIA TAMBÉM:
- Embrapa oferece cursos on-line sobre pirarucu
- Embrapa comemora 48 anos com live nesta quarta-feira (28)
- Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o agronegócio. Acesse a revista feed&food.