A pecuária de corte é um dos pilares da economia brasileira, gerando milhões de empregos e consolidando o país entre os maiores exportadores de carne bovina do mundo. Apesar dos avanços do setor, a busca por soluções que aumentem produtividade e rentabilidade continua impulsionando a adoção de tecnologias como a ressincronização em bovinos, uma estratégia que permite maior eficiência reprodutiva nas fazendas.
A ressincronização consiste em realizar novas inseminações artificiais em tempo fixo (IATF) durante a mesma estação reprodutiva. Segundo Isabella Marconato, gerente de Programas Especiais de Corte da Alta, o processo ocorre após um diagnóstico de gestação (DG) que identifica as matrizes que não ficaram prenhes. “O protocolo pode ser reiniciado imediatamente após o DG ou de forma antecipada, como na ressincronização precoce ou super precoce”, explicou.
Embora a técnica tenha ganhado adeptos nos últimos anos, há ainda amplo espaço para crescimento. De acordo com Isabella, a ressincronização proporciona ganhos reais de produtividade, especialmente ao antecipar o nascimento de bezerros do cedo — animais que nascem no início da estação de nascimento e, por isso, apresentam maior desempenho produtivo devido a condições ambientais mais favoráveis.
Além dos benefícios genéticos e produtivos, a técnica também reduz custos por prenhez, especialmente em categorias desafiadoras, como as fêmeas de primeira cria. “A estratégia permite aumentar o número de bezerros nascidos a partir de IATF, melhorar a qualidade genética do rebanho e explorar oportunidades como o cruzamento industrial, maximizando o retorno sobre investimento do produtor”, afirmou Isabella.
A escolha do tipo de ressincronização depende do objetivo de cada fazenda e do planejamento da estação reprodutiva. A modalidade tradicional é feita cerca de 30 dias após a primeira inseminação. Já a ressincronização precoce inicia em torno do 22º dia e a super precoce no 14º dia, ambas antes do diagnóstico de gestação.
Outro ponto importante é a relação entre o período de nascimento e o desempenho futuro dos bezerros. “Com a ressincronização, é possível obter mais bezerros do cedo, que se beneficiam de melhores condições ambientais, além de ganhos adicionais oriundos de maior controle genético”, detalhou Isabella.
A implementação da técnica exige planejamento cuidadoso, considerando fatores como a duração da estação de monta e o número de ciclos de ressincronização. “Com o planejamento adequado, a ressincronização torna-se uma ferramenta poderosa para transformar a produtividade e a rentabilidade das fazendas brasileiras”, concluiu Isabella.
De acordo com a empresa, a prática reforça o potencial da pecuária nacional em adotar inovações que assegurem competitividade no mercado global, demonstrando como o avanço tecnológico é capaz de fortalecer ainda mais a liderança do Brasil na produção de carne bovina.
Fonte: Alta, adaptado pela equipe FeedFood.
LEIA TAMBÉM:
Símbolo de fartura nas celebrações, carne de peru enfrentou desafios no mercado brasileiro em 2024
Artigo: O ciclo pecuário brasileiro e o mercado de carne bovina em 2024