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Francisco Turra destaca aprendizado e unidade do Brasil diante do incidente com o Carrefour

Ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da ABPA reforça a força do setor agropecuário brasileiro
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Camila Santos, de Gramado (RS) I camila@dc7comunica.com.br

A grande repercussão do infeliz comentário em uma rede social de Alexandre Bompard, diretor-presidente do Grupo Carrefour, rendeu boas discussões nos últimos dias e até uma carta formal de desculpas endereçada ao Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil (MAPA), Carlos Fávaro. Como não poderia ser diferente, o assunto reverbera nas conversas da Conbranfran, evento organizado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), em Gramado (RS).

Para falar sobre o assunto, convidamos o ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, para uma entrevista exclusiva, onde ele classifica o episódio como “uma grande lição”, destacando a importância da resposta conjunta do Brasil frente às declarações equivocadas da subsidiária francesa da rede varejista.

“Isso não é um caso isolado. Ao longo dos anos, enfrentamos desinformação e pressões externas. Porém, o que aconteceu agora foi diferente: o Brasil reagiu como um país, e não apenas como setor. Essa unidade foi um aprendizado importante para todos nós”, afirmou Turra, mencionando o pedido de desculpas formal emitido pelo Carrefour.

Confira a entrevista (Crédito: Equipe FeedFood)

Turra também enfatizou que o setor agropecuário brasileiro tem demonstrado resiliência e capacidade de resposta. “Antes, quem reagia eram as entidades, como a ABPA. Agora, vemos uma reação coordenada, com o governo, as associações e a cadeia produtiva se posicionando de forma clara. Isso mostra a força e a relevância do Brasil como protagonista no comércio internacional de alimentos”, destacou.

O ex-ministro sublinhou ainda a independência do Brasil em relação à França no setor de proteínas e ressaltou o papel estratégico do país como fornecedor global. “Eles voltaram pedindo desculpas porque dependem do Brasil. Não somos nós que precisamos deles, mas o contrário. O episódio foi um alerta sobre como precisamos continuar unidos e firmes na defesa de nossa imagem e de nossa excelência produtiva”, concluiu.

O caso reforça a importância do diálogo e da reação coordenada para proteger o setor agropecuário brasileiro, que abastece mercados em mais de 160 países e sustenta sua posição como referência global em qualidade, sustentabilidade e inovação.

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