As recentes mudanças nas taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil criam um cenário de incertezas para o agronegócio brasileiro. A queda dos juros americanos deve atrair mais capital estrangeiro, valorizando o real. Contudo, como apontam especialistas, essa valorização pode prejudicar a competitividade das exportações agrícolas, encarecendo os produtos brasileiros no mercado internacional.
Felipe Jordy, líder de inteligência e estratégia da Biond Agro, explica que a valorização da moeda brasileira (Real) pode reduzir significativamente os lucros dos produtores ao converterem receitas externas para a moeda local. “Ao mesmo tempo, a alta dos juros no Brasil eleva o custo do crédito rural, dificultando investimentos em tecnologia e expansão das operações. Esse cenário pressiona os produtores a buscarem soluções alternativas para o financiamento de suas atividades”, informa.
Felipe considera que a queda dos juros nos Estados Unidos, no entanto, pode baratear o financiamento externo, beneficiando grandes produtores e cooperativas que têm acesso a esses recursos. “Embora seja mais barato captar no exterior, precisamos lidar com a desvantagem competitiva que a valorização do real impõe às nossas exportações”, afirma.
Com o crédito mais caro e o risco de endividamento crescente, especialmente em safras menos produtivas, o setor terá que adotar uma gestão financeira mais eficaz para mitigar os impactos dessas oscilações. “O aumento dos juros no Brasil agrava a situação de endividamento no campo, exigindo uma gestão de risco mais ativa para garantir a sustentabilidade do setor”, conclui o profissional.
Fonte: Biond Agro, editado pela equipe FeedFood.
LEIA TAMBÉM:
Exportações de carne suína superam 120 mil toneladas