Microminerais: quais as diferenças entre as fontes?
Os microminerais (MM), incluindo manganês (Mn), cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe) e selênio (Se) estão envolvidos em variadas funções metabólicas do organismo animal, para além do desempenho. São, por exemplo, cofatores enzimáticos, atuam na melhora do sistema imune, na secreção de hormônios, no desenvolvimento de ossos, músculos e penas, na redução do estresse oxidativo, dentre outros fatores.
Dessa forma, os MM são suplementados às rações devido a sua frequente deficiência nos macroingredientes. Essa adição é realizada principalmente através de fontes inorgânicas (MMI), os óxidos, sulfatos, carbonatos e fosfatos, em razão do menor custo em comparação às fontes de MM ligados a compostos orgânicos (MMO). Entretanto, MMI são instáveis e altamente susceptíveis a dissociação no trato gastrointestinal superior. Além da reduzida absorção a nível intestinal, os MMI são susceptíveis a formação de complexos insolúveis com diferentes agentes/nutrientes (no premix mineral, por exemplo) o que reduz sua biodisponibilidade e reflete no maior nível de inclusão na dieta, com altas margens de segurança, culminando em maior excreção desses elementos no ambiente.
Neste sentido, as fontes de MMO vêm sendo largamente estudadas como estratégia na melhor eficiência no uso MM. De fato, pesquisas demonstram que quando utilizados os MMO, os níveis de inclusão podem ser reduzidos sem que haja perda de desempenho animal. Isso acontece devido a sua maior biodisponibilidade, o que eventualmente pode influir em redução, ambos, do custo da dieta e de problemas ambientais.
O MMO podem ser quelatados ou complexados com compostos orgânicos como aminoácidos. Dentre esses aminoácidos, a glicina se destaca por algumas características como menor peso molecular o que confere maior estabilidade ao complexo. Além disso, os MMO a base de glicina possuem neutralidade de cargas elétricas. Estes MMO à base de glicina, chamados de glicinatos, com estrutura química e qualidade do produto comprovadas (pontos importantes na escolha de um glicinato), são fonte de MM altamente biodisponíveis e demonstram resultados consistentes.
Por que utilizar MMO na ração de fêmeas suínas reprodutoras?
As reprodutoras suínas atuais foram selecionadas pelo seu auto potencial genético em produzir leitegadas numerosas. Contudo, esse avanço é acompanhado por desafios como o aumento do coeficiente de variação de peso intraleitegada e leitões de baixo peso ao nascimento. Sabe-se que, o peso ao nascimento está diretamente ligado, ambos, ao desenvolvimento pré-natal (como na formação de fibras) e consequentemente ao desempenho durante toda a vida do animal. Animais menores geralmente tem maiores dificuldades na disputa pelos melhores tetos, menor vitalidade e maior taxa de mortalidade.
Os desafios atuais exigem novas estratégias nutricionais e de manejo, especialmente no terço final de gestação de porcas hiperprolíficas, período em que ocorre a formação das fibras musculares da leitegada e seu intenso ganho de peso e desenvolvimento. Apesar de primeiramente se pensar em macronutrientes, como proteína, energia, fibra e aminoácidos, o impacto dos MM no metabolismo (função antioxidante, digestão, metabolismo de proteína e energia), na fertilidade, na imunidade, na qualidade dos ossos e da pele desses animais é bastante conhecido. Por exemplo, a ocorrência de fêmeas anêmicas (deficientes em ferro) têm sido reportada, com aumento dessa incidência proporcional à ordem de parto, com efeitos negativos diretos na prole.
Nos anos 90 já havia o conhecimento de que os níveis de MM nas porcas reduziam durante sua vida, esse efeito aumentava com o aumento de peso ao desmame de suas leitegadas. Isso significa que as exigências de MM aumentam com o aumento de leitões nascidos e que as porcas não conseguem repor seus níveis de MM aos longo dos ciclos reprodutivos com a suplementação mineral usual. Naturalmente, seria indicado um aumento de suplementação, entretanto, existem uma série de motivos pelos quais essa estratégia não seria a mais indicada. Primeiramente, pela interrelação negativa entre minerais (competição para absorção e formação de complexos indigestíveis), depois, é de conhecimento que adicionar mais MM menos biodisponíveis, reduz a sua retenção e, por, fim, os diversos elos da cadeia de produção animal têm pressionado a produção no sentido da sustentabilidade (menor emissão de MM na água e solo e redução de resistência antimicrobiana através de uma possível promoção desse efeito com o aumento de cobre e zinco no ambiente). Esses efeitos já foram motivo de duras regulamentações do uso de MM na União Europeia. Assim, a forma ideal de suplementação de MM certamente seria através de fontes mais biodisponíveis, os MMO.
Como a suplementação com glicinatos pode auxiliar no desempenho de porcas hiperprolíficas?
A biodisponibilidade dos glicinatos ADM comparada à dos MMI é comprovadamente maior para suínos. Porcas suplementadas com dose reduzida (50% de glicinatos) tiveram aumento do peso médio ao nascimento da prole, bem como redução significativa de leitões nascidos abaixo de 1,2 kg (Figura 1). Adicionalmente, mesmo nesta dosagem reduzida, a suplementação com glicinatos aumentou significativamente o sucesso de inseminações seguintes. Além de suínos, o uso dos glicinatos em outras espécies proporcionaram: aumento da fertilidade e taxa de eclosão em matrizes pesadas e aumento da taxa de prenhez em vacas de corte.
Ademais, o desempenho desses leitões de maior peso ao nascimento continuou melhor até o abate, com maior ganho de peso diário, conversão alimentar (Figura 2) e maior rendimento de tecido muscular na carcaça em comparação com àqueles nascidos de porcas alimentadas com MMI. Efeito similar (melhora no desempenho e características de carcaça) foi observado em frangos de corte provenientes de matrizes suplementadas com Zinco-glicinato. Esses resultados somados demonstram as funções essenciais desempenhadas pelos MM para a pecuária.
Suplementar adequadamente com MM não significa fornecer um novo nutriente/ingrediente ao animal, mas fornecer um nutriente essencial de forma mais eficiente. Dessa forma, a inclusão dos glicinatos na ração das fêmeas suínas atuais pode proporcionar melhor eficiência reprodutiva ao longo da vida da porca e reverberar em melhor desempenho da leitegada.
A linha B-TRAXIM da ADM
Diante do exposto e de encontro às necessidades do mercado/clientes, a ADM possui a linha de MMO complexados com a glicina, B-TRAXIM 2C (Mn, Cu, Zn, Fe) e o B-TRAXIM Se. O processo de produção único do B-TRAXIM 2C favorece sua utilização em premixes e rações e facilita o manejo devido a sua alta estabilidade, concentração, fluidez e homogeneidade de partículas, ser livre de poeira, além de ter odor e sabor neutros.
O B-TRAXIM Se é um composto selenizado produzido a partir do selênio inorgânico em proteína submetida a hidrólise. O B-TRAXIM Se utiliza a via metabólica direta para a síntese de selenoproteínas funcionais por não estar ligado a aminoácidos específicos (à metionina, por exemplo). Dessa forma, atua com grande eficiência na função antioxidante.
Com muitos anos de pesquisa e comprovada eficácia, a linha B-TRAXIM traduz o compromisso da ADM na busca de soluções inovadoras e eficientes, aliada a sustentabilidade da cadeia produtiva agropecuária.
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